O Sistema Único de Saúde (SUS) suspenderá a aplicação da segunda dose da vacina BCG, em crianças entre 6 e 10 anos de idade, a partir de junho. A recomendação é do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, após avaliação de estudos nacionais e internacionais que indicam baixa efetividade da segunda dose na proteção contra as formas graves de tuberculose, sendo suficiente uma única dose. Dessa forma, mantém-se a recomendação para a aplicação da primeira dose da BCG nas primeiras horas de vida da criança, ainda na maternidade.A decisão conta com o apoio de representantes da comunidade científica, como as sociedades brasileiras de Imunizações e Pediatria, que participaram da discussão sobre a retirada da segunda dose da BCG do calendário de vacinação infantil.No caso de pessoas que convivem no domicílio com pacientes portadores de hanseníase, será mantida a recomendação da aplicação de duas doses da vacina, com um intervalo mínimo de seis meses entre as mesmas. Isso porque a BCG produz uma resposta imunológica nessas pessoas que reduz a probabilidade delas contraírem o bacilo de hansen, que provoca a doença.De acordo com o PNI, a segunda dose da vacina BCG foi recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1995, especialmente para crianças em idade escolar, como política para prolongar ou reforçar a imunidade até a idade da adolescência e adultos jovens. No entanto, como estudos recentes comprovam que a vacina não aumenta a imunidade já adquirida com a primeira dose, em 2004, a OMS reviu a orientação e retirou a recomendação da aplicação da segunda dose dessa vacina.