“Capitã cloroquina” mentiu em CPI sobre tratamento para hanseníase, aponta movimento de pessoas afetadas pela doença

“Capitã cloroquina” mentiu em CPI sobre tratamento para hanseníase, aponta movimento de pessoas afetadas pela doença

A Rede de Acesso à Justiça e Direitos Humanos do Movimento de Reintegração das Pessoas atingidas pela Hanseníase (Morhan) protocolou na quarta-feira (26/05) uma notificação extrajudicial endereçada ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, ao presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, e ao relator da CPI, Renan Calheiros, em razão do depoimento prestado no dia 25 de maio pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Conhecida popularmente pelo apelido “Capitã Cloroquina”, devido à sua defesa pública do uso do medicamento cuja ineficiência para o tratamento de Covid-19 é comprovada cientificamente, a médica também fez declarações falsas sobre a condução dos protocolos para tratamento da hanseníase no país.

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A notificação do movimento se refere à fala da médica sobre a recomendação da OMS para tratamento da hanseníase no Brasil. Mayra Pinheiro disse que: “(…) embora o Brasil seja signatário desta entidade [OMS], o Ministério da Saúde, de todos os países do mundo, é um órgão independente, tem sua autonomia para tomada de decisão de acordo com as situações locais, para o senhor ter uma ideia, a hanseníase é uma doença tem um protocolo próprio para tratar os pacientes com hanseníase no Brasil, assim para várias outras doenças”

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O Morhan esclarece que isto não é verdade. O Brasil segue estritamente o que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde para o tratamento da hanseníase, de acordo com legislações e estudos, onde são usadas, inclusive, as Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase que definem ações de controle da doença. 

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Vale destacar que, no ano passado, diante das denúncias sobre o desabastecimento dos medicamentos para tratamento da hanseníase no país, que atingiram milhares de pacientes, o Morhan e a Sociedade Brasileira de Hanseníase protocolaram uma representação ao Ministério Público Federal, solicitando a criação de um inquérito civil para garantir a regularização do abastecimento da poliquimioterapia utilizada no tratamento e responsabilizar o poder público por prejuízos causados à saúde e vida dos usuários do SUS.