A Secretaria de Estado de Saúde mantém em funcionamento há quatro anos a Clínica da Dor. Localizada no Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac), em Cuiabá, a clínica tem por objetivo dar alívio à dor crônica de qualquer origem. No Brasil, quase 40{79cc7c547c82c26ee96fc2fefb6afbdee3eadc00daef34e76e11ca91d3e5e06b} da população sofre algum tipo de dor crônica, comprometendo de modo significativo a qualidade de vida, por isso, o sistema público disponibiliza o tratamento, segundo a médica da dor, Ana Maria Coelho Bezerra Martins. A dor é a principal causa de falta ao trabalho, licenças médicas, aposentadorias por doenças ou indenizações trabalhistas. No Brasil, estima-se que cerca de 80{79cc7c547c82c26ee96fc2fefb6afbdee3eadc00daef34e76e11ca91d3e5e06b} das pessoas que procuram o Sistema Único de Saúde (SUS) o fazem por causa de dor. Conforme Ana Maria, a dor é um sinal de alerta do corpo dizendo que alguma coisa não está bem. “Em alguns casos, mesmo tratando a causa, a dor permanece, como pode acontecer na ocorrência de uma fratura. A dor não some e é aí que entra o profissional que trabalha na clínica da dor, que indica medicamentos específicos e o bloqueio da dor. A transmissão do estímulo doloroso pode ser bloqueada temporariamente ou definitivamente no sistema nervoso central ou periférico por meio de uso de anestésicos locais ou agentes neurolíticos (álcool e fenol, por exemplo), injetados nos nervos apropriados, na medula espinhal ou em outros locais do sistema nervoso”, explicou. Há um mês, a assinatura de um convênio entre a Secretaria de Estado de Saúde e o município de Cuiabá, possibilitou a realização do bloqueio no Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC). A clínica atende pacientes de cirurgias em geral, especialmente, as vasculares, neurológicas, ortopédicas e dermatológicas. Os atendimentos são feitos através da Central de Agendamento do Cermac, após avaliação feita anteriormente por outro profissional como o ortopedista e o dermatologista, que deve encaminhar o paciente ao serviço com o diagnóstico prévio, providenciando o cuidado terapêutico. Segundo o gerente do Ambulatório de Dermatologia Sanitária do Cermac, Sérgio Bianco Júnior, a Clínica da Dor foi criada, inicialmente, para atender os pacientes com hanseníase impossibilitados do uso de corticóides, que não respondiam ao tratamento ou como conduta pré ou pós-operatória. “Atualmente a Clínica da Dor evoluiu para um objetivo mais amplo, que é prestar um tratamento adequado das dores, promover um atendimento digno, diminuir e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com dor, possibilitando assim reabilitar o paciente para o desempenho no trabalho e para a sociedade”, comentou. Ele explica que a Clínica da Dor é um serviço que faz parte do Ambulatório de Dermatologia Sanitária, que funciona no Cermac, localizado na rua Thogo Pereira, no Centro. O ambulatório também oferece os serviços de Hanseníase, Pé em Risco, Cirurgia da Mão, Reabilitação em hanseníase, biopsia da pele e dermatologia em geral. Vale lembrar que o controle da dor crônica não depende somente do tratamento dos sintomas, mas também de se identificar e modificar as condições que favorecem o seu aparecimento. Essas condições referem-se, além da parte emocional, ao ambiente físico (mobiliário, iluminação, entre outros), ao ambiente social (relacionamento familiar e no trabalho), à postura (como se senta ou como dorme), estilo de vida (atividades de lazer e prática de esportes).