Pesquisadores levantam casos de hanseníase em Natal

Pesquisadores levantam casos de hanseníase em Natal

A UFRN, através do projeto “Determinantes Ambientais e Genéticos do Mal de Hansen no Rio Grande do Norte”, está mapeando o número de casos da hanseníase (popularmente conhecida como lepra) dos últimos cinco anos no Estado. Com isso, os pesquisadores tentarão determinar os fatores de riscos de contágio e estudarão se há um caráter genético na predisposição à doença para, dessa forma, tentarem produzir uma vacina. O projeto começou por Mossoró, com seis alunos de Medicina trabalhando nele, onde 700 pessoas foram examinadas. Além dessa cidade, ele abrangerá a periferia de Natal, o município de Montanhas, de Nova Cruz, de Pedro Velho e parte dos municípios da Tromba do Elefante. Ao todo serão examinadas, aproximadamente, 10 mil pessoas, onde a equipe de pesquisadores além de trabalhar na procura por uma vacina, pretende esclarecer a população sobre esse mal. Coordenado pela professora do Departamento de Bioquímica Selma Jerônimo, esse projeto foi elaborado com a ajuda dos dermatologistas Maurício Nobre e Márcia Dias, ambos alunos de doutorado da UFRN. Eles, em 2005, percorreram o interior do Estado proferindo palestras e examinado pessoas com suspeita da doença. Essa expedição foi motivada por um grande aumento no número de casos do mal no RN e foi realizada com o apoio da OnG internacional The leprosy Relief Association e da Secretaria Estadual de Saúde. A professora Selma comentou a ação positiva realizada em 2005 e disse julgar importante fazer com que todos conheçam a doença, acrescentando que durante as realizações das atividades do projeto, ao identificar os casos, os doentes serão orientados a se tratar: “Existe um tratamento à base de drogas. Ele varia de seis meses a um ano e em três semanas de tratamento o contágio se torna bem reduzido, quase inexistente”, esclarece Selma, enfatizando que o tratamento jamais deve ser interrompido.A Hanseníase, é uma doença que atinge os nervos e o seu agravamento pode danificá-los, impedindo os movimentos. Em estágio avançado pode causar mutilações. Ela é causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), não tem cura e ataca freqüentemente braços e pernas. O estágio da moléstia é variado, inicialmente ela pode acometer pequenas regiões, de cor avermelhada ou esbranquiçada, onde o indivíduo pode perder a sensibilidade, mas isso pode ser reversível, apenas nesse caso, de fase inicial. Quando a doença atinge um estado avançado, a recuperação será comprometida. Ela não é uma doença hereditária, porém, acredita-se que haja hereditariedade na predisposição ao bacilo. O contágio acontece pelas vias aéreas: alguém doente libera o bacilo e cria a possibilidade de contaminação, em um contato íntimo e freqüente, não sendo, portanto, de fácil transmissão.