ONGs aprovam capacitação em projetos sociais

A segunda capacitação em projetos sociais, direcionada a organizações da sociedade civil que atuam na prevenção das hepatites, foi aprovada pelos participantes. Promovido pelo Ministério da Saúde, entre 11 a 13 de julho, em Brasília, o curso atendeu as expectativas das organizações não governamentais (ONGs) carentes em informações sobre a elaboração de projetos e execução do controle social no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).”Foi muito positiva a iniciativa do ministério. As ONGs são amadoras e capacitações ajudam as pessoas a entenderem como ajudar o governo na prevenção das hepatites”, afirma Epaminondas Campos, da ONG Grupo C, que atua no apoio aos portadores de hepatite C no Distrito Federal desde 2000. “As pessoas saíram da capacitação sabendo como focar o serviço a ser feito”, completa. Campos sugere que, nas próximas capacitações, sejam acrescentados conteúdos sobre gestão e de constituição de ONGs, pois muitas atuam apenas como grupos de apoio, sem legitimação legal.Micheline Woolf, da Unidos Venceremos, concorda com a avaliação do representante do Grupo C, além de observar que foi muita proveitosa a troca de experiências entre os colegas. Segundo Woolf, que atua no apoio moral e psicológico aos portadores de hepatite C, de agora em diante será mais fácil para a ONG conseguir a aprovação de projetos sociais e melhorar a relação com ministério.Carlos Cabral, da Associação dos Transplantados do Estado do Rio de Janeiro (Dohefígado), afirma que a capacitação atendeu à demanda das entidades por acesso a cursos que ajudem as organizações a aprimorar o trabalho que desenvolvem juntos aos portadores da doença. Criada em 1998, a Dohefígado trabalha junto com portadores de qualquer hepatite viral, além de apoiar os pacientes que aguardam por um transplante de fígado e acompanhar aqueles que já se submeteram à cirurgia.Organizada pelo Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV), esta edição do curso contou com a participação de 22 organizações das regiões Sudeste e Centro-Oeste, além do Rio Grande do Sul. A primeira capacitação, em maio, teve 20 grupos do Sul do país e outros cinco dos estados do Acre, do Pará e de Minas Gerais.A série de capacitações termina em setembro, com a realização da terceira edição do evento, desta vez destinado às ONGs das regiões Norte e Nordeste.Hoje, existem mais de 60 entidades que atuam na área de prevenção e assistência às pessoas infectadas pelas hepatites, atendimento aos transplantados e incentivo a doação de órgãos. Para os representantes dessas entidades, intervir nas ações é essencial para frear o aumento de casos, principalmente entre usuários de drogas.A Capacitação em Projetos Sociais do PNHV tem como parceiras a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Associação Brasileira de ONGs (Abong), o Conselho Nacional de Saúde (CNS), o Movimento de Reintegração das Pessoas Portadoras da Hanseníase (Morhan) e a área de articulação com a sociedade civil do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde.Desafios – Um dos maiores desafios para as ONGs que trabalham com hepatites é o de inserir na agenda governamental questões relacionadas à prevenção da doença, porque a maioria dessas instituições atua na área de assistência, diretamente com indivíduos infectados. Ou seja, há a necessidade de integração dessas organizações aos sistemas formais de controle social, como os conselhos municipais e estaduais de saúde.O acesso aos espaços de decisão deve ser ampliado para potencializar ações de controle, prevenção e assistência aos portadores, bem como estimular a procura pelo diagnóstico das hepatites no SUS. Estima-se que exista uma grande quantidade de pessoas que ignoram serem portadoras dos vírus da doença.Como a maioria das ONGs de hepatites são muito recentes no Brasil – a maior parte surgiu na década de 1990 -, outro desafio a ser enfrentado é o de aprofundar as questões referentes à missão institucional, ações e pro

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