9 de novembro de 2007

9 de novembro de 2007

XIII Encontro Nacional do MORHAN: Hanseníase em debate

Os desafios do controle da hanseníase no Brasil. Apoio à formação e pesquisas científicas. Cuidado com os usuários de forma multidisciplinar. Mutirão de cirurgias de reabilitação. Esses e outros temas foram a pauta da conferência realizada pela Dra. Maria Leide Wandelrey, “A situação da hanseníase no Brasil”, na tarde do primeiro dia de atividades do XIII Encontro Nacional do MORHAN. A coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase abriu a discussão com um painel sobre a doença, com estatísticas atualizadas, estratégias e ações. “A meta de proporção de cura para 2011 é de 95{f78083fa18024c958024f85e169f297940a7362b50e775d9fb9c3e6c3fd77208} dos casos. Visamos fazer um conhecimento epidemiológico dos municípios e avaliação da capacitação”, disse. A médica, que implantou a poliquimioterapia (PQT) no Brasil em 1985, afirma que o índice de cura melhorou. No entanto, houve um aumento da incidência de hanseníase nas crianças. “Também é importante que se realize exames precoces, de preferência, ainda no grau 1”, afirma, ressaltando que apenas 34{f78083fa18024c958024f85e169f297940a7362b50e775d9fb9c3e6c3fd77208} das unidades de saúde oferecem tratamento para a hansen. “Todos os Estados devem ter condições de fazer a cirurgia de reabilitação, inclusive”. No Brasil, cerca de 52.000 casos são diagnosticados todos os anos.A mesa contou com a participação de Marcos Virmond (Pres. da Sociedade Brasileira de Hansenologia/SBH), Manfred Goebel (Federação Internacional de Associações de Combate à Hanseníase – The International Federation of Anti-Leprosy Associations -ILEP); Zilda Borges (representante da IDEA – International Association for Integration. Dignity and Economic Advancement); Saskia Scholland (da ONG REPREHAN – Reconhecimento Precoce da Hanseníase); Sueli de Paula (Secretaria Especial de Direitos Humanos) e Artur Custódio, coordenador Nacional do MORHAN. Em comum, todos ressaltaram a importância do cuidado multidisciplinar no tratamento da hanseníase, treinamento de profissionais e apoio aos centros de referência. A questão do estigma e preconceito com os portadores da patologia também esteve à luz no debate. “O medo de enfrentar a segregação e de perder tudo que conquistou socialmente sobrepõe à informação, muitas vezes”, disse Zilda Borges, da IDEA. Membros dos núcleos do MORHAN de todo Brasil participaram ativamente da discussão. Foram questionadas a pensão vitalícia, a reabilitação e as campanhas. Artur Custódio encerrou a conferência em discurso sobre a defesa do direito à saúde integral. “A questão da reablitação é fundamental”.

XIII Encontro Nacional do MORHAN: Hanseníase em debate Read More »

XIII Encontro Nacional do MORHAN: Homenagens e muita emoção na noite de abertura

O XII Encontro Nacional do MORHAN começou na noite de ontem (8), com abertura do Salão de Convenções do Royalty Hotel, Barra da Tijuca (RJ). Com a presença dos artistas e voluntários Ney Matogrosso, Karla Karenina, Mareliz Rodrigues e Nelson Freitas – que participaram da coletiva de imprensa – o mote do evento foi a entrega do Troféu Bacurau e da Comenda Antônio Borges. O cantor e compositor Geraldo Azevedo assinou o livro de voluntários do Movimento.A mesa de abertura foi composta por Rogério Sotílle, representante da Secretaria Especial de Direitos Humanos; Sérgio Côrtes, Secretário Estadual de Saúde e Defesa Civil do RJ; Maria Leide WanDelRey de Oliveira, coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase do Ministério da Saúde; o Deputado Federal Chico D´Angelo; o Secretário Municipal de Caxias Oscar Berro; Maria do Carmo Lara, deputada em Minas Gerais, e Artur Custódio, coordenador Nacional do MORHAN. Relatora da Medida Provisória 373, que originou a Lei 11.520, Maria do Carmo Lara foi a primeira a falar. Em seu discurso, relembrou os tempos de professora na colônia de Santa Izabel, em Betim (MG). “É preciso voltar as atenções para a formação, sensibilizar cada profissional de saúde no Brasil para a luta pela cidadania”. Chico D´Angelo elogiou a iniciativa dos artistas voluntários. Rogério Sotille traçou um painel histórico sobre o preconceito e a luta do portador de hanseníase. Informou também que a SEDH já recebeu cerca de 3.000 requerimentos para a pensão mensal e vitalícia prevista na Lei 11.520.”Até dezembro deve sair o pagamento retroativo referente ao mês de maio”, afirmou. O modelo de Atenção Básica na Saúde, será levado aos hospitais-colônia, segundo Oscar Berro. O Secretário Estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, falou sobre as suas visitas às antigas colônias Tavares de Macedo e Curupaiti (RJ) e comentou sobre a verba extra do projeto PAC para as duas unidades: foi autorizado 75 milhões de reais para investimentos, dividido por ambos. Já Maria Leide, representando o Secretário de Vigilância em Saúde Gerson Penna, alertou para a importância do diagnóstico precoce da hanseníase no Brasil. Segundo ela, há 47 mil casos novos no país todo ano. Artur Custódio, coordenador Nacional do Movimento, encerrou a mesa, e reafirmou o protagonismo da causa como “sociedade civil provocadora do Estado”. Também defendeu a política de integralidade no tratamento da hanseníase. Durante o encontro, muitas homenagens foram feitas. Além da entrega do Troféu Bacurau e da Comenda Antônio Borges, o vice-coordenador Cristiano Torres entregou a Artur Custódio uma moeda de sua coleção, do tempo em que as colônias possuíam uma unidade de valor própria. “Isso é para relembrar o que não deve mais acontecer”, disse Torres. Sr. Arnaldo, do Curupaiti, prestou homenagem à jornalista Solange Calmon, pelos documentários sobre hanseníase exibidos pela TV Senado no programa “Inclusão”. O evento foi encerrado com shows do cantor Luiz Ferrar e do grupo Afro-Cultural ABÁ, de Teresina (PI).

XIII Encontro Nacional do MORHAN: Homenagens e muita emoção na noite de abertura Read More »