Um estudo epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde dividiu o Brasil em grupos de acordo com o índice de detecção de hanseníase. O Maranhão encontra-se no primeiro grupo, juntamente com Pará, Tocantins e Piauí, caracterizando-se uma área hiperendêmica na doença. Com o objetivo de monitorar a doença no Estado, pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) tiveram um projeto aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e irão criar em quatro anos o Centro de Referência em Hanseníase do Maranhão. O índice de detecção da hanseníase no Estado tem chegado a dez vezes mais do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a coordenadora do projeto, Silma Regina Pereira, serão destinados 600 mil reais para a criação do Centro de Referência. “Utilizaremos técnicas de biologia molecular, imunologia e geoprocessamento para caracterizar epidemiologicamente a doença e ter ferramentas para diagnosticá-la”, explica Silma, coordenadora do Laboratório de Genética e Biologia Molecular da UFMA. De acordo com Silma, o estudo de geoprocessamento será realizado para que os pesquisadores possam conhecer as regiões do Estado onde a doença está mais concentrada e analisar fatores envolvidos no aparecimento e manutenção dessas localidades. Foram selecionamos quatro municípios do Maranhão onde será feito o estudo: São Luís, Açailândia, Imperatriz e Timom. Os pesquisadores irão avaliar os doentes e as pessoas que os acompanham para fazer a busca ativa da bactéria Mycobacterium leprae, causadora da hanseníase. “Será feito o diagnóstico da presença da bactéria na mucosa nasal e oral, nas lesões de pele e no sangue. Testes serão feitos para detectar anticorpos nos pacientes e nos familiares”, diz Silma. O treinamento da equipe que irá trabalhar nos quatro municípios será oferecido pelo Centro de Referência Nacional em Hanseníase / Dermatologia Sanitária (Credesh) de Uberlândia. Todo o material biológico coletado será processado no Laboratório de Genética e Biologia Molecular da UFMA. O trabalho será realizado com a parceria da Fundação Osvaldo Cruz, Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Federal de Goiás e Secretaria de Estado da Saúde (SES).Fonte: Imirante.com