Lula promete reparar filhos de ex-portadores de hanseníase
Durante a cerimônia de inauguração do câmpus da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), em Sorocaba, na sexta-feira passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viu o operador de logística Amarildo Assis Ferreira, de 44 anos, no meio do público, com uma placa na mão na qual estava escrita a sigla do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN). Como conhece o movimento, o presidente chamou Amarildo até próximo ao palanque e prometeu que, nesta semana, elaboraria uma lei específica de indenização aos filhos de portadores de hanseníase por terem sido separados de seus pais desde 1949, quando a lei 610 foi promulgada e determinava que os filhos deveriam ser retirados de seus pais e fossem assistidos em unidades de saúde preventórias à doença.Amarildo é filho de pais portadores de hanseníase e tem oito irmãos e afirma que essas pessoas sofreram traumas emocionais e econômicos porque o Estado separou-os de seus pais. “Desde junho de 1981 lutamos para transformar os hospitais-colônia em áreas de saúde comuns, já que essa doença hoje tem cura e é tratável”, afirma o operário. No Brasil, há, atualmente, mais de 1 milhão de pessoas com hanseníase. Cem grupos constituem o MORHAN em todo o território nacional. Em Sorocaba, há 350 pessoas envolvidas com o movimento.A partir de 1986, houve o fim dos preventórios, mas os filhos continuaram a ser levados para creches. 80{deccdd85071b3acddfab05bd5c5ba5310fd81d998ef01e5aec4f6f90a92afc1f} dos filhos de portadores de hanseníase não concluíram o segundo grau por traumas.Reprodução: Jornal Cruzeiro do Sul
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