2 de dezembro de 2010

2 de dezembro de 2010

Preconceito fatal

Nas lembranças que marcam o tempo, restaram lições que jamais serão esquecidas. É necessário repensar conceitos e rever as consequências de atitudes preconceituosas. Muitos sofreram e outros ainda sofrem diante da situação de preconceito e humilhação que não conseguem esquecer. Outros não conseguiram suportar mais, e abreviaram o tempo da vida com o  suicídio.Existiam (como ainda hoje existem) os que foram abandonados pela família e tiveram que suportar, no silêncio da vida entre paredes, a maior de todas as dores, a dor imensa da solidão. Mas existiu também quem teve que abandonar a família e, no que embora à primeira vista, até pudesse ser julgado como ato de pai irresponsável, se revela um gesto de amor sem limites, dolorosamente sentido numa cena dramática que meus olhos e coração não esquecem.“Vi lágrimas de um pai sofrido num leito de hospital, depois de várias visitas e perguntas de rotina sobre terra natal e família. Personagem de semblante triste, mas que algum tempo depois, mesmo talvez sentindo um pouquinho de confiança para o desabafo, ainda assim pediu segredo para revelar, falando baixinho, uma única vez, “um pouquinho de sua história”: estava ali escondido, não queria que soubessem onde estava. Teve que sair de casa, às escondidas, para não prejudicar a família, ao descobrir que estava doente. Disse que o filho era gerente de banco e perderia tudo quando a cidade soubesse da doença do pai. O único jeito era sair escondido, sumir no mundo e não mais dar notícias. Já em soluços, pediu desculpas, não podia falar mais. E tentando esconder o rosto, enxugava as lágrimas. Também não tive coragem nem voz para insistir. Nem sabia o que fazer! E assim aquele pai, um ser humano cativante e admirável, revivia noites e dias entre soluços e lágrimas, certamente angustiado por terríveis dilemas: a doença e a dor em si; ter que esconder a sua origem até pra quem queria ajudar; estar distante do filho que amava; pensar que estariam procurando por ele; e afinal, o que a família e os amigos estariam pensando dele?Vendo o que vi, podia sentir quanta angústia na alma daquele homem de bom coração! Vendo o que vi, dá para sentir o sofrimento de alguém rejeitado pela sociedade, ainda mais por motivo de doença que a pessoa não escolhe. Será  que um dia aquele filho ‘abandonado’ será capaz de entender o amor deste pai? Passados mais alguns dias de dor e saudade, aquele pai sofrido levou para o túmulo o seu segredo, deixando comigo a dor de sua história.  Fonte: Blog Voz Damianense

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Os dois lados da moeda

O sofrimento dos filhos separados e dos que foram deixados para trás foi também o de pais separados ou que tiveram que deixar para trás os seus filhos. Lados iguais de uma moeda muito usada: o “preconceito social” contra a hanseníase. O mecanismo de separação imposto pela medicina e autoridades da época, mais do que distância entre pais e filhos, desligou o fio da emoção familiar, gerando traumas de conseqüências sem fim. Igualmente são lados de uma outra moeda chamada “incompreensão” o fato de muitos pais não terem conseguido conquistar alguns filhos e de outros filhos não terem tido oportunidade ou a vontade suficiente para entender o drama de muitos de seus pais. A convivência humana tem demonstrado que não se deve descartar também outras   moedas como ‘indiferença” e “rejeição” que pode ser mútua. Ao tempo em que nos solidarizamos com a causa dos “filhos separados” e até por conhecer de há muito sua triste história, gostaríamos de chamar a atenção, a bem da justiça e da verdade, para uma análise mais humanizada e compreensiva dos fatos. Ao reeditar a página “Preconceito Fatal”, da postagem Fragmentos de Vida, relembramos a cena chocante da agonia de um pai internado/acamado/escondido na Colônia Padre Damião-Ubá, em algum dia do ano de 1966. Não sabemos o nome do filho, nem sequer se ainda vive e por onde anda, mas com certeza, um filho que foi amado e não sabia. Fonte: http://vozdamianense.blogspot.com/

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Bolsa Família pode ampliar benefício a doentes crônicos

Famílias beneficiárias do programa Bolsa Família que tenham entre seus membros pessoa com câncer, Aids ou qualquer outra doença crônica poderão receber complementação de R$ 60. O benefício está previsto em texto do senador Flávio Arns (PSDB-PR) a projeto (PLS 407/09) aprovado ontem pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Apresentado pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), a proposta original alterava a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742/93) para assegurar benefício, no valor de um salário mínimo, a mãe, pai ou responsável legal por criança ou adolescente em tratamento de neoplasia maligna ou Aids.A senadora argumenta que esse grupo especial de pacientes é mais vulnerável às carências dos serviços públicos de saúde. O benefício proposto, segundo a senadora, poderia auxiliar os familiares desses pacientes, os quais, muitas vezes, são obrigados a adquirir, com recursos próprios, os medicamentos e outros produtos médico-hospitalares não fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).Mesmo concordando com o mérito da proposta original, Flávio Arns optou por apresentar texto alternativo, modificando a lei que institui o programa Bolsa Família (Lei 10.836/09). Para ele, não se aplicaria auxílio financeiro do Estado a famílias com poder aquisitivo capaz de suprir necessidades dessa natureza. Para esses casos, o senador considera que o melhor apoio seria não a transferência direta de recursos, mas a concessão de isenções fiscais, o que já existe para essas doenças na legislação que disciplina o Imposto de Renda.Diante disso, o relator restringiu o benefício a famílias carentes beneficiárias do programa Bolsa Família em que haja pessoa acometida por câncer, Aids ou doença crônica.Fonte: Senado

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