Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, núcleo estadual de São Paulo, elege nova coordenação neste sábado (28), durante a realização 12º encontro estadual do Morhan SP, em Mogi das Cruzes
Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, núcleo estadual de São Paulo, elege nova coordenação neste sábado (28), durante a realização 12º encontro estadual do Morhan SP, em Mogi das Cruzes n n O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), que tem 40 anos de atuação no Brasil, núcleo estadual de São Paulo, elege sua nova coordenação neste sábado, dia 28 de maio. A assembleia acontecerá nas dependências do Hospital Dr. Arnaldo Pezzutti Cavalcante – Rodovia Engenheiro Cândido Rego Chaves, km 3,5 (antiga Estrada das Varinhas) – Jundiapeba – em Mogi das Cruzes/SP, e será durante o 12º Encontro Estadual do MORHAN/SP, às 11h30. O evento contará com a presença do coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio, vindo do Rio de Janeiro para a ocasião. n O 12º encontro dos Militantes do Morhan São Paulo acontece em um local histórico para a memória das pessoas atingidas pela hanseníase: a primeira colônia para pessoas atingidas pela hanseníase do Brasil. Inaugurado em 1928 com o nome de Hospital Santo Ângelo, o local foi o primeiro Hospital Colônia servindo de modelo para as demais colônias. Hoje chamado de Hospital Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, é também modelo na luta pelo tombamento como patrimônio histórico da memória sensível das pessoas que foram internas nas ex-colônias, já que é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). Segundo Artur Custódio, “é preciso manter a liderança do MORHAN em SP, firme no propósito de ampliação do movimento no estado e na defesa das pessoas afetadas pela doença. O registro recente do Núcleo de SP é fundamental na estratégia de SP e também de importância nacional”. n O Morhan tem representação em esferas do controle social, como o Conselho Nacional de Saúde (CNS), e atua em interlocução com governos, entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais em defesa dos direitos humanos das pessoas atingidas pela hanseníase no país. A eliminação da hanseníase, o enfrentamento ao estigma relacionado à doença, a qualificação da assistência – do diagnóstico à reabilitação – e o direito à reparação por violações de direitos que historicamente atingiram as pessoas afetadas pela doença e seus familiares são alguns dos objetivos do movimento. n n O agravamento do cenário da hanseníase no país e em São Paulo n Segundo oboletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2019, o Brasil registrou 27.864 novos casos da doença, enquanto em 2020 esse número caiu para 17.979 e, em 2021, para 15.155. Em São Paulo, foram 769 novos casos em 2021, contra 1.182 registrados em 2019, o que representa uma redução de 35{6701d86c68f99f2f502be4887d55aaad3e4780425e7d876cc8dbf199946885eb} nos registros locais. Custódio explica que essa diminuição do número de casos não pode ser comemorada: “Significa que, por conta da paralisação de políticas públicas de busca ativa de casos e das dificuldades de acesso aos serviços de saúde impostas pela pandemia e pela gestão da pandemia no Brasil, novos casos deixaram de ser registrados e, assim, pessoas que deveriam estar em tratamento ainda não contaram sequer com o diagnóstico”. n n Estes casos não notificados nesse período correm risco de desenvolver um quadro de sequelas físicas irreversíveis. O tratamento e diagnóstico oportunos impedem o desenvolvimento de lesões na pele mais graves e o aparecimento ou a piora de incapacidades físicas, e também quebram a cadeia de transmissão, já que os pacientes em tratamento não transmitem a doença. Por isso, mais do que nunca, a conscientização e a mobilização para que os governos e as pessoas não se esqueçam da hanseníase são fundamentais. n n Saiba mais n Hanseníase é uma doença infecciosa que afeta a pele e os nervos. Com o tratamento adequado, a partir da medicação e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em unidades de saúde de todo país, a doença tem cura. A transmissão se dá pelo contato próximo e prolongado com pessoas sem tratamento afetadas pela doença na sua forma multibacilar. A partir do início do tratamento, a doença deixa de ser transmissível. São sinais e sintomas da doença: Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil; sensação de fisgada e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; pele seca; inchaço nas mãos e nos pés; inchaço e dor nas articulações; redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados; dor e espessamento dos nervos periféricos; caroços no corpo; olhos ressecados; feridas, sangramento e ressecamento no nariz; febre e mal-estar geral; feridas nas pernas e nos pés; e, nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo.