Hoje, dia 25 maio, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) participa da comemoração pelo Dia Estadual de Conscientização sobre a Hanseníase no Paraná. A data foi instituída pela Secretaria de Estado e Saúde (SESA) em 2009 e será lembrada em evento que debaterá aspectos clínicos, políticos e sociais relacionados à doença. A programação também inclui a apresentação de experiências positivas realizadas em municípios paranaenses e o depoimento de pessoas envolvidas no movimento social da hanseníase. A iniciativa acontece no auditório da SESA, em Curitiba, a partir das 14h, e contará com a presença de autoridades e de voluntários do meio artístico, como a atriz global Sandra Barsotti.
Entre os destaques da programação está a apresentação da Gincana Cultural “A hanseníase tem cura. O preconceito também”, que movimentou a cidade de Cascavel com a participação de estudantes e professores do ensino fundamental e médio de escolas públicas e privadas da região. O projeto, desenvolvido pelo Núcleo de Ações Pedagógicas Integradas do Núcleo Regional de Educação de Cascavel (NAIPE/NRE) e pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade, teve como o objetivo informar e levantar questões sociais que envolvem a hanseníase. Uma sessão de homenagens trará os depoimentos de Juliana Carla Lopes, que apresenta sequelas em decorrência do uso da Talidomida, e de Odílio Saldanha, que foi separado dos pais na época do isolamento compulsório de pacientes com hanseníase no país.
O coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio, reforça a importância da iniciativa e ressalta que a informação é a melhor estratégia para reduzir a incidência da doença e combater o preconceito. “Apesar de a hanseníase ter elevados índices de cura, o Brasil ainda é o primeiro país no ranking mundial de prevalência da doença. Esta triste realidade é fortemente influenciada pelo preconceito, que afasta pacientes do diagnóstico e das unidades de saúde. Por isso, a informação é o melhor remédio”, avalia.
Sobre a hanseníase
O que é hanseníase?
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae e pode ser paucibacilar (PB) – quando o paciente apresenta de uma a cinco manchas pelo corpo – ou multibacilar (MB) – quando são encontradas mais de cinco manchas. Quando são paucibacilares, os pacientes não transmitem a doença. Os multibacilares sem tratamento, porém, podem transmitir o bacilo através das secreções nasais ou saliva. Pacientes em tratamento regular e pessoas que já receberam alta não transmitem a doença. O período de incubação, da infecção à manifestação da doença, tem duração média de três anos e a evolução do quadro clínico depende do sistema imunológico do paciente. Por essa característica, a hanseníase é mais comum em populações de baixa renda, desprovidas de condições adequadas de moradia, trabalho e transporte que tendem a contribuir para a disseminação do bacilo da doença para um número maior de pessoas.
Sintomas
Manchas brancas ou avermelhadas sem sensibilidade para frio, calor, dor e tato; Sensação de formigamento, dormência ou fisgadas; Aparecimento de caroços e placas pelo corpo; Dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés; Diminuição da força muscular.
Diagnóstico
A identificação da doença é essencialmente clínica, feita a partir da observação da pele, de nervos periféricos e da história epidemiológica. Excepcionalmente são necessários exames laboratoriais complementares, como a baciloscopia ou biópsia cutânea.
Tratamento
A hanseníase tem cura e quando tratada em fase inicial não causa deformidades. O tratamento, denominado poliquimioterapia (PQT), é gratuito, administrado via oral e está disponível em unidades públicas de saúde de todo o Brasil. Para pacientes que apresentam a forma paucibacilar (PB) da doença, a duração do tratamento é de seis meses e para os que apresentam a forma multibacilar (MB), o tratamento dura um ano. Concluído o tratamento com regularidade, o paciente recebe alta e é considerado curado.
SERVIÇO
Dia Estadual de Conscientização sobre a Hanseníase no Paraná
25 de maio, às 14h
Auditório da Secretaria de Estado e Saúde do Paraná
(Rua Piquiri, 170, Bairro Rebouças, Curitiba)