A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou como meta, em 1991, a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública em todos os países endêmicos. No Pará, o objetivo principal é reduzir em 10{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8} o coeficiente de incidência da hanseníase em menores de 15 anos no período de 2008 a 2011. O Estado pretende alcançar a meta investindo na capacitação de pessoal, adequação de suprimento e fluxo de medicamentos, estímulo à procura dos serviços pela população, divulgação sobre a doença, prevenção e tratamento e, ainda, o aprimoramento do sistema de informação para melhor avaliar os resultados do trabalho. Para 2009, a Coordenação Estadual de Dermatologia Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) iniciou a Campanha Estadual de Combate e Controle da Hanseníase no último domingo de janeiro, que prossegue durante todo o 1º quadrimestre do ano. Para a campanha, já foram realizadas parcerias com sete regionais de saúde e distribuídos 196.300 folders e 40 mil cartazes, produzidos pelo Ministério da Saúde e Governo do Pará. Para as outras seis regionais, estão sendo agendadas reuniões de sensibilização. O Pará possui 143 municípios dos quais 65 são classificados como prioritários pela tendência de detecção de casos em menores de 15 anos, nos últimos cinco anos. Dentre eles, 46 municípios são classificados como hiperendêmico de acordo com os parâmetros nacionais do Ministério da Saúde. O Estado é hiperendêmico em casos de hanseníase no Brasil, mas, desde 2004, vem mostrando uma tendência de redução discreta no coeficiente de detecção. A proporção de cura em 2007 foi de 79,3{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8} e a vigilância de contatos atingiu a proporção de 50,44{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8} em menores de 15 anos, o que demonstra melhoria nas ações de vigilância dessa população. No ano de 2008, o número de casos novos detectados até agora é de cerca de 3.707. Estes dados ainda são parciais, porque somente a partir de março o banco de dados do Sinan Net estará com todos os dados do Estado para que seja possível fazer uma avaliação completa do ano de 2008. Cura – Apesar de ser um grande desafio, a hanseníase é de fácil diagnóstico. “O mais importante, após descobrir a doença, é saber que hanseníase tem cura e que, na fase inicial, essa cura pode ser obtida em seis meses de tratamento, com pouca possibilidade de deixar seqüelas e os remédios são gratuitos na rede pública”, explica Luis Augusto Oliveira, da Coordenação Estadual de Dermatologia Sanitária da Sespa. Informação como meta – O grande obstáculo sobre a doença é a desinformação. Por este motivo, o Estado vem investindo na capacitação de profissionais de saúde, em especial, da Atenção Básica, para realizar precocemente o diagnóstico e tratamento. Segundo Luis Augusto, “para evitar novos casos, é preciso tratar e curar os doentes, realizar vigilância de contatos, informar a população sobre sinais e sintomas, promover a adesão de novos parceiros, escolas, empresas, movimentos sociais e, assim, controlar melhor a hanseníase no Estado. Para eliminar o preconceito, é importante trabalharmos na prevenção de incapacidades, informando a população quanto a doença e articulando com os movimentos sociais”. Hanseníase – Doença infecciosa e transmissível causada por um micróbio, que atinge pele e nervos e se não for tratada provoca sérias deformidades. Os sintomas são manchas brancas ou avermelhadas ou caroços que não coçam, não doem e são insensíveis ao calor e ao frio; sensação de dormência, formigamento, manchas adormecidas na pele, caroços pelo corpo, dores nos nervos, câimbras e fraqueza nos braços, mãos e pés. A transmissão passa de pessoa para pessoa, pela respiração, pela fala, por meio do convívio co