Os desafios do controle da hanseníase no Brasil. Apoio à formação e pesquisas científicas. Cuidado com os usuários de forma multidisciplinar. Mutirão de cirurgias de reabilitação. Esses e outros temas foram a pauta da conferência realizada pela Dra. Maria Leide Wandelrey, “A situação da hanseníase no Brasil”, na tarde do primeiro dia de atividades do XIII Encontro Nacional do MORHAN. A coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase abriu a discussão com um painel sobre a doença, com estatísticas atualizadas, estratégias e ações. “A meta de proporção de cura para 2011 é de 95{f78083fa18024c958024f85e169f297940a7362b50e775d9fb9c3e6c3fd77208} dos casos. Visamos fazer um conhecimento epidemiológico dos municípios e avaliação da capacitação”, disse. A médica, que implantou a poliquimioterapia (PQT) no Brasil em 1985, afirma que o índice de cura melhorou. No entanto, houve um aumento da incidência de hanseníase nas crianças. “Também é importante que se realize exames precoces, de preferência, ainda no grau 1”, afirma, ressaltando que apenas 34{f78083fa18024c958024f85e169f297940a7362b50e775d9fb9c3e6c3fd77208} das unidades de saúde oferecem tratamento para a hansen. “Todos os Estados devem ter condições de fazer a cirurgia de reabilitação, inclusive”. No Brasil, cerca de 52.000 casos são diagnosticados todos os anos.A mesa contou com a participação de Marcos Virmond (Pres. da Sociedade Brasileira de Hansenologia/SBH), Manfred Goebel (Federação Internacional de Associações de Combate à Hanseníase – The International Federation of Anti-Leprosy Associations -ILEP); Zilda Borges (representante da IDEA – International Association for Integration. Dignity and Economic Advancement); Saskia Scholland (da ONG REPREHAN – Reconhecimento Precoce da Hanseníase); Sueli de Paula (Secretaria Especial de Direitos Humanos) e Artur Custódio, coordenador Nacional do MORHAN. Em comum, todos ressaltaram a importância do cuidado multidisciplinar no tratamento da hanseníase, treinamento de profissionais e apoio aos centros de referência. A questão do estigma e preconceito com os portadores da patologia também esteve à luz no debate. “O medo de enfrentar a segregação e de perder tudo que conquistou socialmente sobrepõe à informação, muitas vezes”, disse Zilda Borges, da IDEA. Membros dos núcleos do MORHAN de todo Brasil participaram ativamente da discussão. Foram questionadas a pensão vitalícia, a reabilitação e as campanhas. Artur Custódio encerrou a conferência em discurso sobre a defesa do direito à saúde integral. “A questão da reablitação é fundamental”.