Três técnicos da Oficina de Ortopedia da Secretaria Estadual de Saúde viajam na próxima semana para Mato Grosso onde passarão três meses no Centro de Reabilitação de Cuiabá onde vão aprender novas técnicas que melhorem ainda mais a fabricação de próteses e orteses, especialmente coletes para a imobilização ou correção de acidentados.A oficina de ortopedia de Rio Branco é a mais antiga e considerada a melhor da Amazônia atendendo não apenas os pacientes do Acre, mas tendo orientado a instalação da oficina de Porto Velho, à qual ainda oferece orientações, como também a pacientes do Estado do Amazonas, bolivianos e peruanos que buscam socorro em Rio Branco.Especializadas na fabricação de pés, pernas e outros membros mecânicos para serem usados como próteses por pessoas que perderam seus membros. Também fabrica orteses (aparelhos corretivos) para quem sofreu acidentes ou sofre de algum mal que prejudique o bom funcionamento de algum de seus membro ou cause desconforto, como é caso dos desvios da coluna vertebral.Uma nova vidaAdalberto Paulino de Souza, 53 anos, vítima da hanseníase, sofreu durante anos com a deformação de seus pés que o impediam de movimentar-se livrevemente, o que o tornava quase que totalmente dependente de outras pessoas, até que em 1994 teve uma forte infecção que obrigou os médicos a amputarem suas duas pernas na altura dos joelhos.O que deveria ter sido uma tragédia é hoje motivo de agradecimento de Paulino. “Antes de ter estas pernas mecânicas meu pés eram aleijados, não podia andar, então tinha de ficar esperando as pessoas fazerem as coisas para mim. Eu vivia tão triste que adoecia e os pés viviam infeccionando. Depois que as pernas foram amputadas e ganhei estas pernas mecânicas minha vida melhorou muito, faço tudo o que quero; só não jogo futebol, mas um amigo meu que tem pernas iguais às minhas vai pra festa e dança a noite inteira”.Paulino foi terça-feira à oficina para trocar as pernas que já estavam gastas. “Quando dá algum problema a gente vem aqui na oficina, eles examinam as peças, consertam se ainda tiver jeito, quando não tem, como o caso desta que foi dilatando com o tempo de uso, eles fazem outra nova como esta que estou recebendo agora. Eles são muito bons pra gente”.O ancião foi atendido pelo técnico em proteses e orteses, José Robernei Nogueira do Nascimento, 29 anos, 2 filhos que há 12 anos trabalha na Oficina Ortopédica onde aprendeu tudo o que sabe. Ele é um dos três técnicos que irão para o treinamento em Cuiabá. “Comecei a aprender com o Davi que trabalha aqui com a gente, daí me mandam fazer cursos em São Paulo, vieram especialistas para nos treinar aqui mesmo e agora vou para Cuiabá a fim de aprender novas técnicas. Este não é um trabalho fácil porque cada prótese ou equipamento corretivo tem de ser feito de modo a adaptar-se a cada paciente, por isso não existem duas peças exatamente iguais. Minha satisfação é ver pessoas como seu Paulino sair daqui dando pulinhos de alegria com pernas novas”.Já Raimundo Pereira de Lima, 70 anos, pai de 12 filhos perdeu a perna há dois anos por causa de um acidente de moto. “Fiquei triste quando o médico disse que ia ter de cortar a minha perna, mas encarei a realidade. Logo vim para a oficina e ganhei uma perna nova. Não é tão boa quanto a antiga, mas com ela posso fazer tudo o que quero e levo uma vida normal. Tanto é assim que, nesse período fiquei viúvo e até já casei de novo, é uma princesa”.Eterno aprenderDavi de Miranda trabalha como técnic