Cai número de novos casos de hanseníase em Goiás

Cai número de novos casos de hanseníase em Goiás

O número de novos casos de hanseníase em Goiás caiu 48{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8}, entre 2003 e 2007. No mesmo período, a redução da doença em Goiânia foi de 33{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8}. A descentralização do atendimento, na rede básica de saúde da capital, tem contribuído com a queda dos dados sobre a doença. Goiás, que em 2003 estava na quinta colocação no ranking dos Estados com o maior número de novos casos, em 2007 obteve a nona colocação.Mesmo com a queda nas estatísticas, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia ainda considera alto o coeficiente de detecção, já que para o Ministério da Saúde (MS) o controle da doença acontece quando existem 26 casos para cada 100 mil habitantes. Dados parciais do município revelam que até novembro de 2008 existiam 40 casos para cada 100 mil. Ainda que o controle da hanseníase em Goiânia não atenda a expectativa do ministério, após a descentralização, 96{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8} dos assistidos atingiram a cura, enquanto 3{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8} abandonaram o tratamento, segundo a secretaria. O MS considera aceitável o abandono de 10{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8} dos assistidos.A hanseníase é uma doença infecciosa, transmitida pela respiração e atinge qualquer faixa etária. Porém, como a doença tem um período médio de cinco anos de incubação, a ocorrência de casos em crianças e adolescentes está relacionada à transmissão recente, o que significa que esses jovens estão vivendo em focos ainda ativos, com adultos infectados, e com circulação do bacilo causador da doença. Goiás ficou em 13º lugar no ranking dos Estados brasileiros com os maiores números de novos casos da doença nos menores de 15 anos, registrando 5.89{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8}A doméstica Elizangela Lustosa Araújo, 31, descobriu que estava com hanseníase aos 28 anos e durante um ano passou por tratamento, obtendo a cura. “Não sentia nada, mas apareceram algumas manchas”, conta. Elizangela afirma que sofreu muito e se desesperou quando soube da doença. “Achei que as manchas nunca iriam sair do meu corpo”, diz. As manchas realmente saíram, no entanto, a dormência nos joelhos, pernas, coxas e braços permanecerão para sempre.Elizangela orienta a todos a procurar ajuda médica assim que perceber qualquer anormalidade no corpo. “Antes que seja tarde”, completa. Ela também aprendeu a não ser uma pessoa preconceituosa, já que todos podem ser vítimas da doença. “Muitas pessoas próximas se afastaram de mim quando estava doente, a discriminação é grande e falta informação”, frisa.A técnica da Divisão de Doenças Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde, Eliana de Abreu, considera que o atendimento da doença em qualquer unidade de saúde pública contribuiu com a redução nas estatísticas. Entretanto, avalia que muitos pacientes do interior e/ou de outros Estados buscam tratamento em Goiânia, o que prejudica o município a ter dados sobre a real situação da capital. Mesmo assim, ela aponta a Região Noroeste como a mais preocupante. “A Região Norte também nos deixa em estado de alerta, porque é silenciosa”, destaca.Atualmente 96{6cbf3ed2a537d7012b8bb8325faf3eaed42a1625b1580678f8ef7d8459da53a8} dos profissionais, que atendem na rede básica de saúde em Goiânia estão capacitados, de acordo com Eliana. A técnica ainda ressalta que o grande foco ainda é os casos multibacilar (infecciosos), que continuam sendo o maior número de formas encontradas.A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, que provoca manchas esbranquiçadas e avermelhadas no corpo. Ela tem cura, mas, se não detectada e tratada precocemente, pode causar incapacidades e deformidades. Os sintomas demoram de dois a cinco anos para aparecerem. O tratamento da hanseníase está disponível gratuitamente na rede que integra o Sistema Único de Saúde (SUS) e pode durar de seis meses a um ano. Matéria de Érica Ferreira (Jornal Hoje Notícia)