Noticias2012

Preservação da história da hanseníase: Morhan é convidado para debater o tema na Colômbia

Nesta  terça-feira, 11/12, o coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Artur Custódio, fará uma visita especial ao Sanatório de Agua de Dios, na Colômbia. Na instituição, a maior unidade pública de saúde especializada no atendimento integral e reabilitação de portadores da doença no país, o coordenador irá se reunir com representantes do Ministério da Cultura e do Ministério de Saúde e Proteção Social colombianos para levar a experiência do movimento no Brasil e debater aspectos relacionados à preservação da história da doença. “A programação inclui a visita ao Museo Médico de La Lepra e aos prédios relacionados a doença, declarados patrimônio histórico pelo governo colombiano. O encontro  será fundamental para dar continuidade ao debate que já iniciamos sobre a importância da preservação da história da doença e utilizar as experiências como modelo para o Brasil”, finaliza Artur Custódio. A visita terá continuidade nos dias 12, 13, 14 e 15 e contará com encontros com entidades locais e visitas à prédios que registram a história da hanseníase no país.

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Morhan marca presença na Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde

O Morhan participou da Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde realizada nos dias 03 a 05 de dezembro no Rio de Janeiro, que contou ainda com a participação de diversos atores da sociedade civil e gestão em atividades no Palácio Capanema, no Centro; no campus da Fiocruz, em Manguinhos; e no Instituto Municipal de Atendimento à Saúde Nise da Silveira, no Engenho de Dentro. Na ocasião foram promovidos debates políticos direcionados a troca de saberes, proposições e intenções para o fortalecimento de políticas públicas no campo da saúde e cultura. O encontro definiu diretrizes para a elaboração de uma carta que será encaminhada aos Conselhos de Saúde e de Cultura em todo o país. Foi definido também um plano de ação para a Rede Nacional de Saúde e Cultura no próximo biênio.“O Morhan, através de sua atuação, sempre valoriza a promoção de ações e políticas públicas dinâmicas que contemplem o ser humano de maneira holística. A cultura é algo inerente a todo ser humano. As influências socioculturais repercutem diretamente nas questões de saúde. Esta articulação intersetorial traz uma nova perspectiva para o cuidado, ressoando enorme produtividade para a qualidade de vida, pois promove o fortalecimento do indivíduo como pessoa e cidadão” destaca Fabiane Borges, representante do Morhan no evento.A Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde foi promovida pela Fundação Oswaldo Cruz, Ministério da Cultura, através da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, Secretaria de Gestão Participativa do Ministério da Saúde, Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro; e pela Universidade Popular de Arte e Ciência (UPAC).

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“Boi com sede bebe lama”, artigo de Roberto Malvezzi

(fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/12/06/boi-com-sede-bebe-lama-artigo-de-roberto-malvezzi-gogo/) “Boi com sede bebe lama”, canta o forrozeiro nordestino Flávio José. Verso apropriado aos dias que vivemos aqui no sertão. Hoje, um pouco mais tristes, um pouco mais pobres, com o falecimento do Dr. Manoel Bonfim Dias Ribeiro, um dos expoentes na luta por um semiárido digno, particularmente a revitalização do São Francisco.Ele foi por muitos anos um excelente técnico e diretor do DENOCS e CODEVASF. Esse ano ainda puxou um encontro sobre a região no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, reunindo especialistas das universidades, órgãos governamentais e sociedade civil.Dr. Manoel Bonfim tinha uma virtude admirável: a autocrítica. Ele era um defensor da convivência com o semiárido e sempre afirmava, em outras palavras, que o “maior erro do DENOCS foi ter criado ilhas de água por todo o semiárido, mas não ter feito a sua distribuição horizontal pelas adutoras”. Era bonito e emocionante vê-lo fazer longas ou curtas falas não só com dados e números, mas com o coração, sabendo que por detrás deles estavam seres humanos com seus rostos, carnes e ossos.Nesse momento de estiagem se fala muita bobagem sobre o semiárido, e são propostas novas loucuras, como a Transposição Baiana do São Francisco, a custo inicial já orçado em cinco bilhões de reais. Que incapacidade de aprender com os erros! O próprio governo baiano, para socorrer 200 mil pessoas na região de Guanambi, fez apressadamente a adutora do Algodão, puxando água do São Francisco, resolvendo o problema da escassez urbana daquela região. Portanto, sabem o que fazem. Quando querem, fazem bem. Quando fazem por interesses escusos da indústria da seca, fazem mal.O boi com sede bebe lama porque o sertão do semiárido nunca foi lugar para criação de gado, exceto às margens do São Francisco, hoje totalmente bloqueadas pelas cercas da propriedade privada. Foram os europeus que trouxeram o animal para essa região, mas são eles que mais sofrem e morrem em longas estiagens. Isso já é aprendizagem histórica.Estamos longe da convivência adequada ao semiárido. Estupidez não falta. Mas, Dr. Manoel Bonfim é um exemplo que os caminhos corretos são possíveis, desde que haja honestidade intelectual e boa vontade. Roberto Malvezzi (Gogó), Articulista do Portal EcoDebate, possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

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Programa Reencontros entrega resultados no Pará

Nesta sexta-feira, 07/12, as pessoas separadas de seus familiares durante o isolamento compulsório de pacientes com hanseníase – vigente no país até a década de 1980 – estarão reunidas no município de Marituba, no Pará. O evento marca a entrega de resultados de exames de DNA realizados pelo Programa Reencontros, idealizado pelo Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), com o objetivo de identificar pais, filhos e irmãos que sofreram alienação parental durante o período. A entrega será às 17 horas, na Casa da Seresta (Rua Souza Araújo, nº 30, Bairro Dom Aristides, Marituba, Pará). Dois pares de irmãos receberão o resultado dos exames de DNA que podem comprovar o parentesco entre eles. “O Programa Reencontros é inspirado na história das Avós da Praça de Maio, que também utilizaram exames genéticos para reencontrar seus netos, filhos de cidadãos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina”, conta o conselheiro nacional de saúde Artur Custódio, coordenador nacional do Morhan. Para a experiência brasileira, o Morhan realiza o mapeamento histórico familiar e os documentos de pessoas que já identificaram prováveis familiares, para que o exame genético comprove os laços de parentesco. A geneticista Flávia Biondi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que integra o Inagemp, explica o exame de DNA será feito a partir de amostras de saliva. “A coleta de saliva não é invasiva, como a de sangue, e por isso facilita o manejo clínico. Para contemplar todo o território nacional, o Programa Reencontros utilizará um recipiente capaz de preservar a amostra clínica por tempo suficiente para o transporte até o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde análises moleculares serão realizadas, em um processo que pode levar até quinze dias”, esclarece a especialista que estará presente no encontro do Pará. O Programa Reencontros é resultado de uma parceria com o Instituto Nacional de Genética Médica Populacional (Inagemp) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Força tarefa para garantia de direitos – Uma força tarefa composta por representantes do governo e do Morhan foi criada para viabilizar a extensão das medidas reparatórias concedidas às pessoas que foram segregadas nas antigas colônias também aos seus filhos. “O Brasil foi o segundo país do mundo a indenizar as pessoas submetidas ao isolamento compulsório, seguindo a experiência japonesa. Agora, poderá ser o primeiro a estender as medidas reparatórias aos filhos que foram separados dos pais durante a vigência desta política, que configura um grave crime de Estado”, afirma o coordenador nacional do Morhan. O representante do Morhan na força tarefa, Edymilson Picanço, que também foi vitima da alienação promovida pelo governo na época, estará presente a reunião. “O Grupo de Trabalho Interministerial levará os caminhos da reparação à presidenta Dilma Rousseff. A proposta é a indenização dos filhos que foram separados dos pais nos moldes da lei federal nº 11.520, de 18 de setembro de 2007, que concede pensão especial às pessoas submetidas ao isolamento compulsório”, esclarece Artur Custódio, se referindo à lei que garante aos cidadãos que foram segregados nas antigas colônias pensão vitalícia de R$ 750, fornecimento de próteses, realização de intervenções cirúrgicas e assistência à saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Entenda o isolamento compulsório – No Brasil, até a década de 1980, a lei federal nº 610 de 13 de janeiro de 1949 recomendava o isolamento compulsório dos pacientes com hanseníase, que eram então mantidos em colônias. A mesma lei ordenava a entrega dos bebês de pais com hanseníase à adoção, o que levou à separação de milhares de famílias. Esta situação perdurou até 1986, quando os antigos hospitais colônias – então chamados leprosários – foram transformados em hospitais gerais. “Os muros foram derrubados, os portões abertos, mas a luta pelo reencontro destas famílias ainda continua”, revela Artur. Envolvido na promoção da saúde e da cidadania de pacientes com hanseníase e seus familiares, o Morhan desenvolve um extenso trabalho na busca de reunir as famílias separadas pelo isolamento compulsório dos pacientes com hanseníase e de reparar os danos causados por esta política, vigente no país até a década de 1980. Um trabalho importante realizado nesta área é a mobilização para a aprovação, pela presidente Dilma Rousseff, de legislação que garanta a indenização dos filhos separados de seus pais, conforme recomendação da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas.Hoje, a lei federal nº 11.520 de 18 de setembro de 2007 dispõe sobre a concessão de pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase que foram submetidas ao isolamento compulsório – porém, o benefício não se estende aos seus filhos. “Desde 2010, o Conselho Nacional de Saúde recomenda a aprovação de uma medida provisória que estenda as ações de reparação e indenização aos filhos separados dos pais durante a fase do isolamento compulsório de pacientes com hanseníase”, defende o coordenador nacional do Morhan. Neste contexto, o movimento social, apoiado por artistas como Ney Matogrosso, Elke Maravilha e instâncias como a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, vem promovendo audiências públicas em todos os Estados brasileiros, com o objetivo de fortalecer o debate sobre o tema e a reivindicação da medida provisória que estenda o benefício aos filhos das pessoas submetidas ao isolamento compulsório.

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Nota de pesar

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, com profundo pesar comunica o falecimento do engenheiro Manoel do Bonfim Dias Ribeiro, ocorrido nessa segunda-feira (3), em Salvador (BA). Pai da coordenadora geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação da SVS, Dra. Rosa Castália França Ribeiro Soares, Manoel do Bonfim nasceu no Piauí, em 23 de dezembro de 1930. Grande conhecedor do semi-árido brasileiro, dedicou-se a estudar a história do rio São Francisco, o “Velho Chico”, deixando vários artigos publicados sobre o tema. Anterior a sua aposentadoria, foi diretor de engenharia do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Denocs) e ainda diretor do Departamento de Engenharia da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em Brasília, até o ano de 2001. Manoel do Bonfim se orgulhava ainda das origens e escreveu dois livros, um dedicado à história de sua mãe e outro para homenagear o pai. Manoel do Bonfim deixa um casal de filhos e dois netos.

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