Juazeiro do Norte, Ceará. Paralelo ao trabalho de acompanhamento e tratamento é realizado um trabalho de conscientização junto à comunidade, principalmente de bairros mais carentes da cidade de Juazeiro, por meio do MORHAN. O coordenador Francisco Faustino Pinto destaca a ausência de um trabalho mais efetivo junto às unidades de saúde do município. Além da conscientização, há um trabalho de combate ao preconceito ainda existente contra a doença em outros tempos mais conhecida como lepra. São cinco unidades em funcionamento no Estado, uma delas instalada em Juazeiro do Norte, há mais de 10 anos.Houve a descentralização, conforme o coordenador, mas é necessário maior envolvimento. “A gente percebe que o Centro de Dermatologia acaba fazendo praticamente todo o serviço”, diz ele. Um dos problemas é a falta de cobertura do PSF em todo município e as pessoas de áreas com deficiência no atendimento recorrem ao Centro. Muitas vezes o paciente deixa para procurar o Centro de forma tardia, em que o estágio da doença está bem avançado. E são anos, muitas vezes, para a hanseníase se manifestar, chegando aos casos de perda de partes do corpo.O coordenador destaca que a parceria com o município tem sido importante nos últimos anos. Junto à comunidade são discutidos e apontados os problemas e essas situações são levadas ao poder público.MORHANA atuação do MORHAN em Juazeiro já foi mais ampla, mas hoje o trabalho tem sido feito em dois grandes bairros carentes da cidade, o Parque Frei Damião e o Aeroporto. “É preciso se resolver os problemas sócio-econômicos desses bairros para que não haja o aumento nos casos”, explica. Nessas localidades são prestadas oficinas e campanha da cidadania. Faustino ressalta que o preconceito em relação à doença continua. Um dos casos foi constatado recentemente com uma pessoas que já estava num estado avançado da hanseníase, com mãos de ´garra´, e não estava em condições de exercer sua atividade. Está recebendo um auxílio por mais mais cinco meses.Para evitar qualquer problema de saúde mais grave relacionado à hanseníase, é preciso que o paciente compareça a um posto de saúde mais próximo, com a finalidade de diagnosticar antecipadamente a doença ainda na fase inicial. Fonte: Diário do Nordeste