A hanseníase é uma doença infecciosa crônica que, sem o tratamento adequado, pode provocar lesões dermatológicas e neurológicas, ocasionando graves sequelas. Apesar de ter cura – e de o tratamento estar disponível gratuitamente na rede pública de saúde – a doença ainda representa um grande desafio de saúde pública para o Brasil: o país é o primeiro do ranking mundial de prevalência da doença. Comemorado nesta sexta-feira, 5 de agosto, o Dia Nacional da Saúde é oportunidade para alertar a população sobre os sintomas da hanseníase e difundir informações contra o preconceito. O coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN), o conselheiro nacional de saúde Artur Custódio, informa que os principais sintomas da doença são o aparecimento sobre a pele de manchas brancas ou avermelhadas, sem sensibilidade para frio, calor, dor e tato; sensação de formigamento, dormência ou fisgadas; dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés; e diminuição da força muscular. “Ao identificar algum desses sintomas, o paciente deve buscar imediatamente o diagnóstico em uma unidade de saúde e, em caso positivo, iniciar o tratamento o quanto antes”, Artur recomenda. Quando tratada em fase inicial, a hanseníase tem cura e não causa deformidades. O tratamento, denominado poliquimioterapia (PQT), é gratuito, administrado via oral e está disponível em unidades públicas de saúde de todo o Brasil. Para pacientes que apresentam a forma paucibacilar (PB) da doença, a duração do tratamento é de seis meses e para os que apresentam a forma multibacilar (MB), o tratamento dura um ano. Concluído o tratamento com regularidade, o paciente recebe alta e é considerado curado. Artur ressalta que, além do controle clínico e epidemiológico da hanseníase, o país precisa enfrentar o preconceito que ainda envolve a doença. “O medo da discriminação afasta pacientes das unidades de saúde e dificulta o diagnóstico e o tratamento da doença. Por isso, a informação é o melhor remédio”, Artur avalia.Segundo dados do Ministério da Saúde, somente em 2009 foram detectados quase 38 mil novos casos de hanseníase no país. No mesmo ano, o Rio de Janeiro apresentou um índice de 12,45 novos casos a cada 100 mil habitantes. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é o coeficiente de prevalência da hanseníase corresponda a menos de um caso da doença a cada 100 mil habitantes.