“Ela nunca teve o direito de me conhecer”

“Ela nunca teve o direito de me conhecer”

Ao lado, a carta de minha mãe biológica, Maria José Amélia, pedindo, implorando para que seu direito de ser mãe fosse um pouquinho respeitado e soubesse onde eu estava, como eu era.Os “isolados compulsoriamente” por conta da hanseníase, perdiam qualquer direito básico de um cidadão brasileiro, de um ser humano. E, se pais e mães perdiam este direito, nós, os filhos, pequenos, recém nascidos, adolescentes, éramos enviados a “educandários” (educavam quem? com que?) e distribuídos pelo mundo afora. Muitos foram adotados por famílias estrangeiras e jamais retornaram ao seu país. Muitos pais buscam até hoje seus filhos; muitos irmãos buscam notícias de irmãos que, sem Certidão de Óbito, em alguns educandários diziam que a criança havia morrido, quando, na verdade, ela havia sido “rifada”, jogada fora. Quando me “rifaram”, Deus colocou a mão e me enviou para uma família maravilhosa. Mas eu faço parte de uma minoria até privilegiada e portanto tenho obrigação de postar as verdades.Leiam a carta de minha mãe biológica e me respondam: por que? Com amor plenoTeresa Oliveira