A Reunião de Avaliação e Planejamento dos Programas Estaduais de Hanseníase das regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste, que está sendo realizada no Hotel Mato Grosso Palace, em Cuiabá, abordou na última quarta-feira (27) a construção de uma Rede de Saúde voltada para o atendimento às pessoas acometidas pela hanseníase. A técnica do Ministério da Saude, Danusa Fernandes Benjamin, disse que embora o cuidado dispensado aos acometidos pela doença sejam da área da Atenção Básica, as ações de combate à Hanseníase são de cunho tripartite, ou seja, envolvem a participação da União, por meio do Ministério da Saúde, dos Estados, por meio das Secretarias Estaduais de Saúde, e dos municípios, por meio das Secretarias Municipais de Saúde e envolvem alto nível de complexidade do tratamento além da abordagem de ações de prevenção. “A complexidade do combate à Hanseníase torna necessária a criação de uma rede de Saúde que possa acompanhar cada caso da doença, com atenção integral no diagnóstico, tratamento e, quando a doença não for diagnosticada precocemente e chegar no nível avançado, será necessário a utilização de serviços de Média e Alta Complexidade. O que queremos é intensificar as ações da Atenção Básica para não se chegar ao nível da Alta Complexidade. Estamos na fase de enfrentamento da doença, na busca de casos e na sensibilização da população para os alertas da doença. E nesta fase de enfrentamento da Endemia no Brasil é que buscamos a formação de Rede e fechamento dos ciclos da Atenção Primária, Secundária e Terciária”, disse Danuza Benjamin, como um grande desafio no enfrentamento à Hanseníase. A coordenadora nacional do Programa de Controle da Hanseníase, do Ministério da Saúde, Maria Aparecida de Faria Grossi, concordou. “O tratamento da Hanseníase é fácil e não causa transtornos ao paciente. A novidade, agora, é o tratamento personalizado no qual se preconiza que o acompanhamento ao acometido pela Hanseníase dure mais tempo, já que o bacilo da doença é transmitido pelo ar (tosse ou conversa) e leva de dois a sete anos para se manifestar. Nesse enfoque, a criação de redes de Atenção Primária tem um papel importante no controle da doença vez que, na lógica de atendimento da rede SUS os programas Saúde da Família instalados em todo o pais precisam efetivamente dar atenção a mais essa doença que é a Hanseníase. Acreditamos que nesse esforço conseguimos com eficácia diagnosticar casos e também promover a saúde da população com informações sobre a doença, sendo o Programa Saúde da Família, na rede SUS, a porta de entrada do acesso aos serviços da rede de Saúde Pública”, disse Maria Aparecida Grossi. De acordo com o coordenador do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Cícero Fraga, a Reunião de Avaliação e Planejamento dos Programas Estaduais de Hanseníase da Regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste que Mato Grosso sedia, irá definir e estabelecer estratégias no alcance de metas e na capacidade de reduzir índices da doença e buscar diagnóstico precoce de casos novos. “Mato Grosso está preparado tecnicamente, operacionalmente, e também com pessoal qualificado para o enfrentamento dessa doença já que os trabalhos que estão sendo desenvolvidos representam para o Estado redução de casos, não figurando mais como o 1º do ranking nacional. A luta do Estado é tirar Mato Grosso da situação endêmica e para tanto se faz necessário esta junção tripartite da parceria do Ministério da Saúde e dos municípios na formação das redes, no tratamento e na assistência que deve ser melhorada”. O Estado está em processo de negociação com o Hospital Geral Universitário para a contratação de leitos para situações consideradas prioritárias que abrigará o atendimento a usuários do interior nos procedimentos cirúrgicos ortopédicos que, posteriormente, será organizado pela Central Estadual de Regulação. “Mato Grosso tem parcerias importantes no controle da Hanseníase que são: as organizações não-governamentais, com destaque para a Dahw, igreja