Ás vésperas do Dia das Mães, mulheres atingidas pela Hanseníase que tiveram, no passado, os filhos afastados compulsoriamente, vão entregar à presidenta Dilma Roussef o pedido de criação de uma comissão nacional para que a União repare um dos maiores equívocos da saúde pública do país.
No século 20, a ‘polícia sanitária’ separava os filhos ‘sadios’ dos pais atingidos pela hanseníase. A estimativa é que, dos anos 1920 a 1970, 40 mil brasileiros foram levados para educandários ou dados para adoções irregulares.
Em 2007, o governo federal reconheceu que a política de isolamento foi um erro e passou a pagar indenização mensal e vitalícia aos portadores de hanseníase. No Brasil quase 8 mil indenizações já foram concedidas, sendo quase 700 em Betim. Hoje, os filhos desses ex-pacientes também lutam para receber uma indenização do Estado através do Movimento dos Filhos Separados.
A presidenta estará em Betim nesta sexta-feira, 11, pela manhã, para solenidade de entrega de apartamentos do Minha Casa Minha Vida e para a inauguração de uma creche na Região Norte.
Durante, a visita, o Movimento Nacional de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) fará um agradecimento pelas indenizações pagas aos ex-internos. Representantes das mães, que no passado mandavam cartas para creches em busca de informações sobre os filhos e, décadas depois, ainda esperam encontra-los, farão um apelo à presidenta para a criação do Grupo de Trabalho, que foi proposto pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, mas, para entrar em atividade e viabilizar as indenizações, depende de autorização da Casa Civil.
Esperança
Uma parceria do Morhan e do Instituto Nacional de Genética Médica Populacional vai ajudar reunir famílias separadas pela doença. Desde 2011 estão sendo realizados exames genéticos, feitos pela saliva, em pessoas cadastradas pelo Morhan. O resultado pode auxiliar na comprovação dos laços de parentesco.
Mais informações para a imprensa: Thiago Flores- Coordenador do Morhan Minas Gerais- (31) 9624-2235