Morhan-AC: 31 anos de luta em defesa da Vida e dos direitos Das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase

Morhan-AC: 31 anos de luta em defesa da Vida e dos direitos Das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase

Por Élson Dias da Silva Coordenador Estadual do Morhan – ACRE

Entidade tornou-se guardiã da história de um tempo e de pessoas que transformaram a fraqueza em força de superação

O Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) comemora 31 anos de fundação no Acre. A entidade foi instituída no dia 21 de setembro de 1982. O aniversário de mais de três décadas é festejado com otimismo pelo voluntários em virtude dos avanços obtidos na luta dos voluntários em defesa dos direitos dos pacientes e contra o preconceito que ainda persiste em parte da sociedade.

Ao longo desse tempo, o Morhan tornou-se também testemunha e guardiã da história de milhares de homens e mulheres que amargaram a dor do preconceito e a imposição de uma lei que separava em definitivo os doentes de seus familiares. O trabalho na entidade é feito por ex-pacientes e pessoas interessadas no combate ao preconceito em torno da enfermidade. Aos poucos, o grupo conseguiu transformar a fraqueza em força de superação e hoje pode ser considerado uma lição de vida para a atual geração.

Um dos resultados da luta travada pelo Morhan foi o reconhecimento do governo federal de que errou na aplicação da política de isolamento compulsório da doença no país (período de 1930 a 1980). A regra gerou perdas irreparáveis aos pais e filhos, que foram afastados do convívio familiar durante décadas. No Acre, milhares pessoas ainda buscam por parentes desaparecidos no período. Outra conquista da entidade é a indenização paga pelo governo as pessoas vitima da hanseníase e que foram submetida ao isolamento compulsório benefício que não contempla os filhos deles e que tem sido motivo de novas reivindicações.

O trabalho de reaproximação das pessoas que foram afastadas durante o período do isolamento também pode ser considerado um avanço, já que muitos pais, filhos e outros parentes puderam se encontrar após longos anos de buscas. A investigação sobre parentesco continua sendo feita não só pelo Morhan do acre mais de todo o país. Um dos recursos usados pela entidade é a pesquisa feita por meio de DNA, cujos testes vem sendo realizados periodicamente, inclusive no Acre, onde vários exames já foram entregues e outros estão sendo colhidos e em breve serão entregue. 

Para a viúva de Bacurau, Terezinha Prudêncio da Silva, a grande contribuição do marido foi a fundação do Morhan. “Antes do movimento o preconceito era muito grande, pior que a própria doença. Depois do Morhan, o preconceito diminuiu bastante porque a doença passou a ser mais divulgada, esclarecida e as pessoas passaram a ter mais acesso a informação sobre a hanseníase”. 

Hoje, o Morhan é presidido por Élson Dias, filho de ex-paciente de hanseníase. “Bacurau foi embora mas sua mensagem ficou e agora precisamos fazer com que este trabalho nunca acabe. Ele deixou a semente, uma lição de vida. Hoje as dificuldades são menores mas é preciso manter a luta viva através de palestras, de trabalhos educativos e de apoio aos pacientes e ex-pacientes, porque a informação ainda é um grande remédio contra o preconceito”, Bacurau em 1981 fundou o Morhan a Nível Nacional quando ele fazia tratamento em Bauru (SP). Em seguida, ele trouxe a ideia da criação do movimento para o Acre, a parti dai foi comandado pelos coordenadores, Roberto Santi, Claudio Luiz Ferreira, Maria Lucia Regis, Claudio Alves de Oliveira, Jose Fernandes Barros de Souza, Jose Gomes da Silva, Rubens Araujo Correria, Jose Barbosa da Silva.“A sociedade mudou de opinião a partir do trabalho que todos desenvolverão a frente do Morhan com os seus voluntários. Ele duou a vida pelos menos favorecidos, porque não sabia lutar por seus direitos, não sabia ir ao hospital fazer o tratamento, pedir medicação. Hoje as pessoas atingidas pela hanseniase no Acre andam de cabeça erguida, todos usam o direito de ir e vir”, disse Elson Dias.para lembra esta três décadas de fundação no Acre, seus membros se reúnem, no dia 24 de setembro, às 9h, da manha no Teatro Plácido de Castro-Teatrão avenida Getúlio Vargas, numero 2703, este encontro sera para avaliar as ações desenvolvidas ao logo dos seus 31 anos de história iremos Reunir todos aqueles que ajudaram nessa caminhada. Será um momento para avaliar nossa história”, afirma Elson Dias

Para Elenilson Silva de Souza, o Bil, filho de criação de Bacurau e secretario de comunicação da entidade, a lembrança mais marcante do pai é a coragem que ele tinha de lutar pelos direitos das pessoas e pelo fim do preconceito. “Ele sofreu demais e começou a sofrer muito cedo. A luta dele em prol dos necessitados me faz continuar o trabalho que ele começou, hoje apresento com muito orgulho o Programa A VOZ DO MORHAN, programa que levar as informações sobre os sinais e sintomas da hanseníase as pessoas mais distantes do nosso estado, este programa e ainda semente deixada por Bacurau”, conta Bil.

José Fernandes Barros de Souza, 62 anos, teve o mandato, após três anos à frente da instituição. Ele foi encaminhado para a Colônia Souza Araújo aos 21 anos, em 1974, onde ficou internado por 11 anos, segundo ele o MORHAN contribuiu para que houvesse a pensão vitalícia as pessoas isoladas da hanseníase moradores das colônias, “Este movimento contribuiu onde se fez presente. Lula se sensibilizou com nossa causa juntamente com o Senador Tião Viana. Reivindicávamos há muito tempo essa pensão, mas só o atual governo concedeu para encerra quero dizer a PQT (medicamento) cura a hanseníase. O amor, o conhecimento e o respeito curam o preconceito” Encerra Jose Fernandes emocionado