Entidade criada por Bacurau, Celso Lima Verde e amigos prepara festa para o mês de novembro
O Núcleo do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) de Cruzeiro do Sul prepara uma extensa programação para celebrar os 28 anos de criação da entidade no Vale do Juruá. A data de 24 de novembro lembra a luta dos fundadores, que, liderados por pelo ativista Francisco Bacurau, renovaram as esperanças dos doentes e de seus familiares.
O atual coordenador do Morhan no Estado, Élson Dias, lembra que o movimento naquela região foi iniciado na década de 80, quando um grupo de pacientes liderado por Bacurau e Celso Lima Verde começou a dar os primeiros passos, mas, a entidade só se consolidou no ano de 1985. “O Morhan Cruzeiro do Sul surgiu para defender os direitos das pessoas com hanseníase, reintegrá-las e mostrar que a doença tem cura”, afirmou.
A existência da cura para a hanseníase é o ponto mais destacado pelo coordenador. Ele ressalta que ainda hoje em lugares de difícil acesso existem pessoas que se escondem dentro de casa, tudo por medo do preconceito que podem vir a sofrer na sociedade. “Os voluntários na época já faziam várias palestras e oficinas para mostrar que a hanseníase tinha cura”, acrescenta o coordenador.
Para comemorar a data, os membros do Movimento da capital e Vale do Juruá estão organizando um encontro especial para o dia três de dezembro, na sede da rua Minas Gerais, 545, bairro do Telegrafo, em cruzeiro do sul. “O Núcleo de Cruzeiro do Sul conta com o apoio de dez voluntários que se dedicam à luta pela garantia dos direitos humanos das pessoas atingidas pela hanseníase e seus familiares”, declara Élson Dias.
O trabalho, segundo ele, tem o objetivo de possibilitar que a hanseníase seja compreendida na sociedade como uma doença normal, com tratamento e cura, eliminando, assim, o preconceito e estigma em torno dela.