Morhan lidera evento histórico no G20 Social com foco no combate à hanseníase e doenças negligenciadas

Morhan lidera evento histórico no G20 Social com foco no combate à hanseníase e doenças negligenciadas

No dia 15 de novembro, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (Morhan) realizou a atividade “Combate à Hanseníase e Doenças Negligenciadas no G20 Social: Um Compromisso no Eixo de Erradicação da Fome, Desigualdade e Pobreza”, no espaço Kobra, localizado no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro. A atividade foi coordenada por Inhana Olga, da diretoria nacional do Morhan, e reuniu parceiros estratégicos, como o Ministério da Saúde, a instituição japonesa Sasakawa Health Foundation, NHR Brasil, Conselho Nacional de Direitos Humanos e Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, a Coordenadoria Estadual de Hanseníase do Rio de Janeiro, e Sociedade Brasileira de Hansenologia, e tantos outros.

Este momento de colaboração dos movimentos sociais com o G20 Social já é considerado um marco histórico por inserir, pela primeira vez, recomendações formuladas pela sociedade civil diretamente aos líderes das 20 maiores economias do mundo. A atividade autogestionada fez parte das mais de 300 que compuseram o G20 Social, uma iniciativa que busca ampliar a participação da sociedade civil nas discussões globais, promovendo temas que conectam a saúde, os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável. Espaço fundamental para que pautas relacionadas às populações mais vulneráveis sejam ouvidas em um cenário dominado por decisões políticas e econômicas de grande escala. O G20 Social é uma oportunidade de fortalecer a articulação entre governos, organizações da sociedade civil e especialistas para alcançar compromissos globais concretos.

A hanseníase e outras doenças negligenciadas estão profundamente ligadas à pobreza e à desigualdade, tornando sua inclusão na agenda do G20 Social essencial. Em países como Brasil e Indonésia, que juntos representam uma parcela significativa da população do G20, essas doenças afetam desproporcionalmente as populações vulneráveis, perpetuando ciclos de exclusão e pobreza. Além dos danos à saúde, elas comprometem meios de subsistência e ampliam barreiras sociais e econômicas. Enfrentá-las é essencial para promover inclusão, reduzir desigualdades e avançar na erradicação da fome e da pobreza, alinhando a saúde global à justiça social.

O documento apresentado durante a atividade propõe recomendações concretas, como a criação de programas de vigilância epidemiológica adaptados à realidade de cada país, priorizando o diagnóstico precoce e o tratamento gratuito. Também defende a colaboração internacional para o controle de vetores, investimentos em saneamento básico, habitação e tecnologias inovadoras, além de ações contra o estigma e a discriminação. Essas medidas visam eliminar doenças como hanseníase, tuberculose, doença de Chagas, hepatites virais e HIV, promovendo impacto direto na saúde pública e na inclusão econômica de milhões de pessoas marginalizadas.

Como resultado da atividade liderada pelo Morhan, foi escrita de forma colaborativa uma carta com recomendações que reforçam a necessidade de ações urgentes para o controle de doenças negligenciadas, como hanseníase, tuberculose, malária, tracoma, doença de Chagas, filariose, oncocercose, hepatites virais e HIV, além da eliminação da transmissão vertical de HIV, sífilis, hepatite B, doença de Chagas e HTLV. Essas propostas consideram de forma transversal os grupos e populações em situações de vulnerabilidade, destacando a importância de reduzir desigualdades sociais e garantir o acesso equitativo à saúde.

O evento evidenciou o protagonismo do Morhan em articular diferentes setores e colocar em pauta temas que conectam saúde pública, justiça social e combate à pobreza. 

A carta resultado da atividade, que apresenta as recomendações, está disponível para leitura em bit.ly/g20socialmorhan.