Neste dia Internacional da Mulher conheça a história das Mulheres do Morhan
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Desde a fundação do Morhan, no dia seis de junho de 1981, as mulheres compõem e são fundamentais no nosso movimento. De acordo com edições dos jornais do Morhan sobre os encontros nacionais, as mulheres sempre estiveram presentes desde a formação da primeira coordenação, com Maria Luiza Catenacci como vice coordenadora, Natividade Rubio Fernandes primeira secretária geral, e Maria Francisca Pilotto como primeira tesoureira, todas ex pacientes de hanseníase.
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Natividade Rubio, uma das fundadoras do Morhan, conta como foi a articulação e criação do movimento. “Fui encaminhada ao Centro de Saúde de São Bernardo do Campo/SP, e lá encontrei uma equipe maravilhosa… A assistente social foi fazer um curso em Bauru, e conheceu o Bacurau, ele tinha a ideia de reunir os pacientes das colônias do Brasil para formar um movimento. Ele nos enviou uma carta, convocando os pacientes, nos reunimos e partimos para Bauru, fomos três mulheres, o Dr. José Ruben que era meu médico e virou meu amigo, e mais dois pacientes”, contou Natividade à jornalista Pollyane Medeiros para a edição 67 do Jornal do Morhan.
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Apesar das mulheres estarem presentes em todas as coordenações do Morhan desde sua fundação, foi só em 1990, durante os encontros realizados pelos núcleos, que uma mulher foi eleita como coordenadora do Morhan Nacional, Maria Aparecida de Oliveira. Entre os anos de 1995 e 1996, tivemos outra mulher como vice-coordenadora, Francisca Barros da Silva Biccoski, a Dide.
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Após esse período, Morhan só voltou a ter uma mulher negra à frente da coordenação nacional 27 anos depois, quando Lucimar Batista, hoje parte da atual gestão do movimento, assumiu entre 2017 e 2019.
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Em novembro de 2018, durante a assembleia geral, o Morhan reconheceu a necessidade de ampliar a participação feminina no movimento, sendo incluído oficialmente no estatuto de 2021, as mulheres devem representar 50{eac16d601d77488e12fa873f3e2d23b97191f40422797be2190b4fa34f1e389f} da coordenação, por uma política de equidade de gênero.
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O Departamento de Políticas para as Mulheres foi criado para atender os anseios das voluntárias, e vem crescendo e empoderando as mulheres atingidas pela hanseníase bem como as suas familiares; até agora já foram realizados feitos incríveis, entre eles: a criação de vídeos protagonizado por mulheres diagnosticadas; participação no I Encontro Latino-Americano e Caribenho de Entidades de Pessoas Atingidas pela Hanseníase/ RJ; no I Fórum Global de Organizações de Pessoas Afetadas pela Hanseníase, ocorrido em Manila-Filipinas; no I Encontro Internacional Hanseníase e o Direito à Saúde: o que dizem meninas e mulheres” junto a Dra. Alice Cruz (relatora especial da Organização das Nações Unidas para os direitos das pessoas afetadas e seus familiares); além da produção de conteúdo, lives e campanhas como 8 de março – Dia Internacional das Mulheres nos anos de 2019, em diante, o “Julho das Pretas”, entre outras atividades.
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O Departamento já foi coordenado por Patrícia Gonçalves, atual parte da coordenação do Morhan nacional e conselheira nacional de saúde, e hoje é liderado por Francilene Mesquita e Suerli Costa. Francilene conta que para ela, como mulher curada da hanseníase, esta é uma forma de reconhecimento do próprio movimento do trabalho de tantas voluntárias. Hoje, a rede de voluntários do Morhan é composta 70{eac16d601d77488e12fa873f3e2d23b97191f40422797be2190b4fa34f1e389f} por mulheres, segundo dados da própria REMOB. Através do resgate dessas histórias, o Departamento de Políticas para Mulheres do Morhan, vem comemorar 8M com as centenas de mulheres ativistas do Morhan no território Nacional, reconhecendo a importância de cada uma e de todas coletivamente, na dinamização dos núcleos, troca de experiências e socialização de saberes, defesa de direitos, ocupação de espaços de controle social, contribuição nas discussões e definição de políticas públicas.
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