Um lugar onde quase seis meses atrás foi cenário de um assassinato, ontem cedeu espaço a um belo pavilhão cultural, no Tavares de Macedo, em Itaboraí. A cerimônia de inauguração contou com a apresentação do grupo Papo de Choro, da Associação do Movimento de Compositores da Baixada Fluminense, manhã de autógrafos do Sr. Manuel Rangel, morador da comunidade que lançou o livro de poesias “De coração a coração”. As manifestações culturais do antigo hospital-colônia seguiram com a dupla seresteira Eraldo Silveira Santos e Armando Nogueira, além da cantora local Helena Machado. A abertura do centro de atividades artísticas coincidiu com o primeiro dia do I Encontro Nacional de Conselheiros de Direitos do MORHAN. A reunião, capitaneada pelo membro do DEFORP Marcelo Vieira, foi marcada pela participação de autoridades. O Secretário Nacional de Vigilância em Saúde Gerson Penna (SVS/MS) e o Secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro Sérgio Côrtes discursaram sobre a relação entre Estado e sociedade na construção da cidadania das pessoas atingidas pela hanseníase. Côrtes destacou a necessidade de investimentos nas unidades de Tavares de Macedo e Curupaiti, em Jacarepaguá. “Está na pauta criar um projeto de lei que vise beneficiar os cuidadores (nota: pessoas que ajudam na manutenção das instituições) das colônias, para ter seu trabalho formalizado, com todos os Direitos”. “Por que será que obtivemos êxito em hospitais-colônia como São Julião e não no Curupaiti, por exemplo?”, questionou Gerson Penna, ao comentar as disparidades no cuidado das referidas instituições. “Existe uma responsabilidade para a manutenção desses hospitais. Serão necessárias apresentações de propostas para melhorias. Não é possível que fique apenas na vontade política do gestor”, complementa. A cerimônia foi encerrada pela diretora do Tavares de Macedo, Ana Cláudia Krivochein. O coordenador Nacional do MORHAN Artur Custódio, que deu nome ao Pavilhão Cultural, também participou do evento.