O Secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, o cantor Ney Matogrosso o Coordenador Nacional do MORHAN Artur Custódio visitaram , ontem (5) o hospital-colônia de Curupaiti, em Jacarepaguá, para avaliar a infra-estrutura do local. Há quatro meses, a mesma equipe visitou o hospital e constatou que as condições de higiene e habitação eram impróprias. À época, conta o secretário, os pacientes foram vistos deitados no chão molhado, onde estava espalhada a comida. Também havia infiltrações e rachaduras nos pavilhões onde ficam os pacientes, além de construções abandonadas.Côrtes diz que a situação do hospital melhorou. “Pelo menos conseguimos resgatar um pouco da dignidade dessas pessoas que já sofreram muito nas últimas décadas”, disse, acrescentando que, no segundo semestre, será estabelecido um cronograma de ações a partir do levantamento das necessidades locais.Além do Curupaiti, criado em 1929, existem dois hospitais-colônias no estado do Rio: o Frei Antônio, na Candelária, e o Tavares Macedo, em Itaboraí. Esses locais serviam para isolar os pacientes do contato com a sociedade.O Hospital de Curupaiti atende cerca de duas mil pessoas, sendo quase 400 da época do isolamento compulsório, imposto no Brasil até a década de 1980. No país, existem 33 hospitais desse gênero, com até cinco mil moradores.”Essas estruturas não podem mais ser pensadas como um hospital de hanseníase. Têm que ser um hospital de alta e média complexidade para a recuperação não só de hanseníase, mas de diabetes, cirurgia estética e reabilitadora” avalia o Coordenador Nacional do MORHAN, Artur Custódio.Segundo a Coordenadora Estadual do programa de Hanseníase, Marilda Andrade, a doença ainda é motivo de preocupação. “Em 2006, chegamos a menos de um caso por 10 mil habitantes no estado, mas a hanseníase continua endêmica no Rio, principalmente na capital e Baixada Fluminense”.O aposentado Arnaldo Alves Domingues teve hanseníase há mais de 50 anos. Ele conta que só depois de curado conseguiu um emprego. No próprio hospital-colônia. “Terminamos sempre com algumas mazelas que nos fazem carentes de maiores cuidados. Então, somos obrigados a nos aglomerar e formar uma nova família”.Ele construiu uma casa perto do hospital, onde também moravam ex-pacientes da colônia. “Quando terminava o tratamento, eles geralmente não tinham para onde ir porque eram rejeitados. Por isso eu os acolhia na minha casa”.Há cerca de duas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma Medida Provisória que prevê o pagamento de uma indenização vitalícia no valor de R$ 750 mensais a cerca de três mil pessoas que viveram nos hospitais colônia antes de 1986.Fonte: Agência Brasil