Seis estados recebem ação inovadora para enfrentar a hanseníase

Seis estados recebem ação inovadora para enfrentar a hanseníase

(Fotos: Registros do primeiro dia de trabalho da ação em diversos municípios)

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MORHAN PRESENTE

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Seis estados recebem ação inovadora para enfrentar a hanseníase

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Ação envolve três eixos – Clínica Geral, Prevenção de Incapacidades e Mobilização Social – e está sendo desenvolvida em 20 municípios, de seis estados brasileiros, selecionados por apresentarem elevado número de casos novos em crianças

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O projeto Abordagens Inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da Hanseníase está sendo realizado nesta semana e culmina com uma campanha de mobilização social no sábado, dia 28 de outubro, nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí e Tocantins. São beneficiados, com a ação, 20 municípios dentre os que registraram maior número de casos novos da doença, tanto na população em geral como em menores de 15 anos, com base no ano de 2015. O projeto, que busca reduzir a carga de hanseníase nessas cidades, é uma parceria do Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), com apoio da Fundação NIPPON do Japão, e participação do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e do Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL). A duração prevista para a íntegra do projeto é de três anos (2017/2019).

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Além de apresentarem elevado número de casos novos em crianças, os municípios participantes do projeto foram selecionados pela disponibilidade de serviços, de profissionais de saúde e intervenção pedagógica. Os municípios que registram maior número de casos: São Luís/ MA, 1º no ranking de números de casos novos de hanseníase em crianças em relação ao restante do país; 2º Recife/PE; 3º Olinda/PE; 5º Marabá/PA; 8º Teresina/PI; 11º Cuiabá/MT; 12º Jaboatão dos Guararapes/PE; 17º Palmas/TO; 23º Belém/PA; 29º São José do Ribamar/MA; 31º Araguaína/TO; 54º Cabo de Santo Agostinho/PE; 61º Paço do Lumiar/MA; 66º Gurupi/TO; 85º Porto Nacional/TO; 105º Paulista/PE; 189º Floriano/PI; 300º Parnaíba/PI; 435º Alcântara/MA; 1.698º Raposa/MA.

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O objetivo do Projeto é diminuir a carga de hanseníase nas cidades selecionadas, com a ampliação do trabalho da detecção de casos novos; promoção da educação permanente para os profissionais da Atenção Primária à Saúde; fortalecimento dos centros de referência; redução da proporção de casos novos com Grau 2 de incapacidade física – GIF2 (ou seja: com apresentação de sequelas como garras em mãos e/ou pés e atrofia muscular), por meio do diagnóstico precoce e ações de prevenção de incapacidades; e enfrentamento do estigma e discriminação contra as pessoas acometidas pela doença.

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Os números da hanseníase no Brasil

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Em 2016, o Ministério da Saúde registrou 25.218 casos novos da doença no país, o que significa uma taxa de detecção de 12,23 casos novos para cada 100 mil habitantes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil está entre os três países com grandes populações (juntamente com Índia e Indonésia) que notificam mais de 10 mil novos pacientes anualmente. Juntos, esses três países representam 81{e12ed585f055d6d7b1561d81b3cbf17878ca972aa5046dd8e7fda8d12e9fc746} dos pacientes recém-diagnosticados e notificados no mundo.

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Do total de novos casos no Brasil em 2016, 72,3{e12ed585f055d6d7b1561d81b3cbf17878ca972aa5046dd8e7fda8d12e9fc746} são muiltibacilares (ou seja, 18.224 pessoas), o que indica atraso na detecção da doença. Outro número que preocupa é a ocorrência de novos casos entre menores de 15 anos, que em 2016 ficou em 1.696. A detecção de casos entre crianças indica a continuação da presença de pacientes não detectados.

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A equipe especialista do projeto

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O projeto está sendo conduzido por um núcleo de 27 equipes de especialistas nas áreas de Clínica Geral, Prevenção de Incapacidades e Mobilização Social, além de três coordenadores, sendo um coordenador para cada área: O Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL) para clínica, tratamento e manejo de reações da doença; a Coordenação-Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação (CGHDE/DEVIT/SVS/MS) para a prevenção de incapacidades; a CGHDE e o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) para as ações sobre o envolvimento das pessoas acometidas pela doença na comunidade. Haverá também um coordenador municipal para o acompanhamento das atividades em nível local.

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Campanha com realização de exames e distribuição de informações no sábado

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Os especialistas estão indo a campo para a atualização dos profissionais da saúde que atuam na Atenção Básica dos 20 municípios, quanto à teoria e prática do diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidades em hanseníase, além de ações que promovam a prevenção do estigma e da discriminação. Cada equipe de especialistas, composta por três profissionais, será responsável pelas atividades em oito Unidades de Saúde durante cinco dias. Atenderão no mínimo 30 pacientes e conduzirão, ao fim desse processo, uma campanha que ocorrerá no sábado, com realização de exame dermatoneurológico para diagnóstico, avaliação para prevenção de incapacidades, além de atividades que alertam a população sobre os sinais e sintomas da doença.

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Após a primeira semana de atualização, haverá uma reunião para avaliação e planejamento das próximas etapas previstas para o primeiro semestre de 2018. Ao final dos três anos, os resultados e impacto das ações realizadas nos 20 municípios serão analisados, visando à possibilidade de ampliação para outras cidades ou continuidade das atividades nos mesmos.

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SOBRE A DOENÇA – A Hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como agente etiológico capaz de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), apesar da baixa patogenicidade (poucos adoecem). Tem predileção pela pele e nervos periféricos, podendo cursar com surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, principais responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela hanseníase.

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A transmissão se dá por meio das vias aéreas superiores de uma pessoa doente sem tratamento para outra, pelo contato prolongado. O diagnóstico e o tratamento da hanseníase são ofertados pelo SUS, disponível nas unidades públicas de saúde. A doença tem cura.

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Para informações sobre a doença, o diagnóstico e o tratamento: TeleHansen 0800 026 2001

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Com informações da Ascom do Ministério da Saúde.