Seminário sobre hanseníase em São Paulo estimula participação social

Seminário sobre hanseníase em São Paulo estimula participação social

O Participare – Instituto de Meio Ambiente e Cidadania, em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da USP, realizou, no dia 29 de setembro, o Seminário Hanseníase e Tuberculose – Processos e Percepções. O Instituto tem como objetivo principal estimular a participação da sociedade nas questões sócio ambientais e como estratégia tem realizado seminários mensais, procurando o debate sobre Políticas Públicas, envolvendo os vários segmentos da sociedade. O Seminário foi aberto pela Presidente do Participare, Flávia Marcatto, salientando a importância da sociedade nas discussões ambientais. O Dr. Péricles Alves Nogueira lembrou que a Tuberculose  perpassa a questão da saúde, uma vez que envolve também o ambiente em que as pessoas vivem. Neste cenário, o Brasil ocupa o 15º lugar em casos de tuberculose, com seis mil óbitos por ano. A Dra Vera Galesi reiterou que a tuberculose é uma doença de profundas raízes sociais, pois está ligada à qualidade de vida. “As populações mais vulneráveis são os moradores em situação de rua, migrantes, imigrantes e as populações  privadas de liberdade. Mesmo tendo melhorado o índice de cura, ainda não se chegou ao preconizado pela OMS, que é de 85{deccdd85071b3acddfab05bd5c5ba5310fd81d998ef01e5aec4f6f90a92afc1f}”, disse. “Desta maneira, se não houver uma mobilização social, sem o apoio da sociedade civil organizada, não haverá avanços”. A Dra Mary Lise Marziliak falou sobre a situação da hanseníase no mundo, no Brasil e no Estado de São Paulo. “O Brasil tem como metas a diminuição do coeficiente de casos novos com incapacidades em 35{deccdd85071b3acddfab05bd5c5ba5310fd81d998ef01e5aec4f6f90a92afc1f} até 2015 e o exame de todos os contatos dos casos detectados”Artur Custódio, coordenador do MORHAN, fez uma explanação sobre a fundação do Movimento, que se deu logo após o final do isolamento compulsório, lembrando a luta do movimento contra o preconceito. Ele ainda destacou a necessidade de se discutir politicamente o destino dos antigos Hospitais Colônia, e abordar os problemas  existentes nestes hospitais, como os prédios em ruínas, as casas sendo derrubadas e a dificuldade dos moradores em serem proprietários das casas em que vivem.O Dr Leonardo Azeredo dos Santos, Presidente do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro, falou sobre o projeto pioneiro de Regularização Fundiária no Hospital Colônia de Curupaiti, que concedeu aos moradores o direito de posse das casas, e dos esforços que tem sido dispensados para promover a titulação e proporcionar sua consolidação jurídica. “Os próximos passos serão  o cadastramento dos pacientes em tratamento que residem nos pavilhões e a elaboração e aprovação de normas urbanísticas e de convivência”.Flavia Marcatto e Patrícia Mendes do Instituto Participare, relataram suas percepções em um trabalho que realizaram sobre a Ocupação da Colônia de Itaboraí. Observaram algumas situações como a relação de dependência dos moradores com o hospital, a dificuldade dos moradores de se apropriarem do lugar como um espaço deles, preconceito entre os próprios moradores, desinformação sobre a doença, relação afetiva comprometida, entre outras.Este seminário ressaltou a importância da informação como direito de todos, pois uma sociedade mais informada e participativa, tem mais autonomia e mais capacidade de melhorar sua qualidade de vida e a preservação do planeta.   Colaborou: Leda Nascimento Vilarin (Diretoria Colegiada – MORHAN São Paulo)