Voluntária narra o encontro com sua irmã biológica após 50 anos

Voluntária narra o encontro com sua irmã biológica após 50 anos

17 de março de 2010. Só pude processar o que aconteceu ontem, hoje.Afirmar que já entendi, é, no mínimo, ingênuo.Daqui a pouco encaro uma reunião profissional que não conduzo a muitos anos. Daí, tenho duas coisas distintas e ótimas para “digerir” hoje:1- Retornar a exercer minha profissão lá de cima, que eu havia deixado para trás quando decidi abandonar tudo e todos;2- Pela primeira vez em quase 54 anos, conversei pelo telefone com minha irmã biológica mais nova, a Mariza.Tudo isso vem acontecendo porque me atirei de cabeça na vida, por culpa exclusiva do Artur Custódio, que lidera como quem não é daqui, o MORHAN! Então, meus irmãos do Brasil, tanto quanto eu, vocês tem muito a comemorar a partir do momento que preencherem o formulário para o cadastramento dos filhos que foram separados e deixados para trás pelo isolamento compulsório. Porque eu digo em todas as reuniões que fazemos aqui em São Paulo, que, muito além de uma possível indenização financeira, ao longo do caminho vamos ganhar muitos benefícios, acontecimentos maravilhosos estão por vir porque estamos reunidos e, quando somos muitos, o bem se espalha rapidamente.Encontrar minha irmã biológica seria uma conseqüência direta do preenchimento do formulário, já que, assim como eu, ela teve acesso a esta informação. De outra forma, com certeza, jamais nos encontraríamos, porque a única coisa que nos unia era a hanseníase. Daqui para frente, muitas famílias irão reencontrar-se e muitos pais, se vivos, conhecerão seus filhos. E muitos filhos poderão, ainda, abraçar seus pais.Obrigada pessoal do MORHAN!Pra variar, Deus sabia direitinho quem iria colocar na minha rota para que eu batesse de frente com tantos amigos maravilhosos!Com amor pleno,Teresa Oliveira (que nasceu Maura Regina)