“Ainda há esperança”
Vou começar pelo final: Os dias 30 e 31 de agosto foram dias mais que emocionantes. Tudo começou com a abertura do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para o Show Beijo Bandido do cantor Ney Matogrosso, voluntário do MORHAN há dez anos. Foi um Show beneficente que contou com a presença de várias autoridades, inclusive do Presidente da República, além de muitos artistas e os protagonistas inspiradores do evento: pessoas que foram atingidas pela hanseníase e que foram isoladas compulsoriamente por muitos anos. Como o próprio Presidente Lula disse, para que a sociedade se exponha a eles, depois de serem “escondidos e estigmatizados” pela sociedade. Além da reparação que está sendo feita a estas pessoas, através da pensão vitalícia garantida pela Lei 11.520, assinada pelo Presidente, Lula reconheceu também a necessidade de fazer justiça aos filhos que, ao nascer, foram separados de seus pais e dos que ficaram para trás quando os pais foram para o isolamento. Lembrou que tem quatro meses de mandato e que sempre leva consigo uma caneta. Apesar dos entraves burocráticos, deixou explícito seu desejo de resolver esta questão durante o seu mandato. Ainda no primeiro dia, o MORHAN recebeu do empresário Eike Batista a quantia de quatro milhões e meio de reais que serão empregados nos hospitais colônia do Rio de Janeiro. E tudo isso aconteceu no magnífico Teatro Municipal, recentemente restaurado. Não consigo esconder a emoção que senti em poder presenciar todas aquelas pessoas, outrora ignoradas, pisar nos tapetes vermelhos do teatro, vislumbrar a beleza que, talvez não tivessem a chance de faze-lo de outra forma. Também foi visível a emoção das pessoas que assistiram ao Show e que ao final do espetáculo do dia 31 receberam uma rosa branca, como sinal de agradecimento e delicadeza do MORHAN e de seu ilustre voluntário. Valeu a pena cada minuto passado lá dentro. Valeu a pena sentir que, se o Rio pode ser Solidário, o resto do país também pode. Que se um Presidente da República pode ser sensível ao sofrimento das pessoas, outros poderão ser. Que se um empresário bem sucedido pode ajudar, outros também podem.Ao Ney Matogrosso, nosso ilustre “Embaixador da Hanseníase no Brasil” (se ele ainda não tem esse título oficial, acabei de dar oficiosamente), só posso dizer uma coisa: bem aventurado aquele que compartilha seu sucesso, seu carisma, sua vida, e desta forma segue ajudando os desventurados. A este, dedico meu amor e todo o meu respeito. Ainda há esperança. Ainda há o que e como fazer, “Pátria Amada, Brasil.” Leda VilarinColegiado Nacional do MORHANCoordenação Estadual do MORHAN – São Paulo31.08.2010A voluntária Teresa Oliveira também comentou sobre o evento no seu blog (com fotos). Clique aqui para conferir.