13 de janeiro de 2021

13 de janeiro de 2021

Em pleno mês de conscientização sobre a hanseníase, Brasil tem falta de medicamentos para tratamento da doença

Em pleno mês de conscientização sobre a hanseníase, Brasil tem falta de medicamentos para tratamento da doença n Relatos recebidos por movimento de pessoas afetadas pela doença mostram que o problema é generalizado e atinge várias regiões do país. Um ato nacional será realizado no dia 26 de janeiro n Esse mês é conhecido como Janeiro Roxo porque marca a realização de campanhas em todo o mundo chamando a atenção para a hanseníase. O último domingo do mês é o Dia Mundial das pessoas atingidas pela Hanseníase e o Dia Nacional de luta contra a doença. No Brasil, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) denuncia o agravamento da falta de PQT – o medicamento utilizado para tratamento da doença que deveria ser disponibilizado gratuitamente no SUS a partir do diagnóstico. n “Como em todos os anos, estamos fazendo ações de conscientização sobre a doença e sobre a importância do tratamento. Mas, em muitos estados, se a pessoa for diagnosticada hoje com hanseníase, ela não vai ter acesso à medicação por conta da crise de abastecimento que afeta o país” alerta o coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio. Ele informa ainda que em vários municípios a falta de medicamentos já está interrompendo o tratamento farmacológico de pessoas. n “Três meses de atraso. Preciso da medição pro meu filho!!” n Desde o dia 7 de janeiro, o Morhan está recebendo, por meio do formuláriohttp://bit.ly/FaltaMedicamentoHanseníase, relatos sobre os impactos da falta de medicação, enviados por pessoas em tratamento, familiares e profissionais de Saúde. “Em cinco dias, recebemos relatos de 14 estados, nas regiões Sudeste (RJ, SP, MG e ES), Centro-Oeste (MT e GO), Norte (AM e AC) e Nordeste (MA, PE, BA, PB, CE, AL). As histórias são alarmantes e exigem urgência na solução desse problema”, conta o vice-coordenador nacional do Morhan, Faustino Pinto. Os dados estão sendo encaminhados à Defensoria Pública da União, que mantém o Observatório de Direitos Humanos e Hanseníase, e ao Ministério Público Federal, que está com inquérito civil em andamento a respeito da falta de medicações no país. n Trechos de alguns relatos já recebidos: n (profissional de saúde – NORDESTE) – Os pacientes vêm pegar medicação e não tem. Às vezes, são pessoas já no último mês de tratamento. Muitos são casos novos multibacilares. É angustiante para os pacientes e para os profissionais que não tem como ajudar, sentem-se impotentes por isso e por terem ciência do risco desses pacientes não tratados, para eles e para a coletividade. n (familiar de pessoa com hanseníase – SUDESTE) – Três meses de atraso. Preciso da medição pro meu filho!! n (pessoa que está em tratamento para hanseníase – CENTRO-OESTE) – Já tem 30 dias de atraso. Estou no início do tratamento, seria minha terceira dose. Sinto muitas dores, não consigo ficar em pé por muito tempo pois tenho muitas dores nas pernas e nos pés (…) Não durmo direito (…) Tudo muito triste, fora o preconceito das pessoas…  n (pessoa diagnosticada com hanseníase – NORDESTE) – Tentamos e almejamos muito começar o tratamento, mas não chegou remédio! São QUATRO PESSOAS em nossa casa… Meu pai já está com problemas sérios na sensibilidade, minha mãe tem dedos tortos, minha irmã que é enfermeira não conseguiu iniciar o tratamento, eu estou com dormência corriqueira. Não sabemos o que fazer. Não é possível comprar… estamos preocupados. n (familiar de pessoa com hanseníase – NORDESTE) – Com o diagnóstico positivo no dia 22 de Dezembro de 2020, sem entender da doença, mas com a consciência que é grave e que já está em um estado avançado (…) Nos deparamos com a falta de medicamentos para iniciar o tratamento. Estamos nos sentido sem chão. Incapacitados. Paralisados. Enfim, estamos impotentes diante dessa situação, estamos desassistidos. ( socooooorro!..) n A campanha do movimento pede: “Se você, seu familiar ou o usuário do serviço de saúde onde você trabalha está sem medicamentos, conta pra gente”. O formulário pode ser preenchido no link:http://bit.ly/FaltaMedicamentoHanseníase n Ato nacional vai mobilizar pessoas afetadas pela crise para denunciar a situação n O Brasil é o país com o maior número de casos novos proporcionais de hanseníase no mundo. Em 2019, o país registrou 27,8 mil novos casos da doença, o que representa uma taxa de 13 novos casos a cada cem mil habitantes, bem acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, cenário que exige a ampliação dos esforços para controle e eliminação da doença. “Em 2020 houve o problema adicional do subdiagnóstico: com a desorganização dos serviços de saúde pela pandemia de COVID-19, o Brasil registrou muito menos diagnósticos de hanseníase do que deveria”, alerta Artur Custódio. n O movimento está convocando um ato nacional no dia 26 de janeiro a partir das 18 horas, com participação de voluntários de todo o país, profissionais e usuários de serviços de saúde afetados pela crise e ativistas e artistas apoiadores da causa. Com o lema “Hanseníase: Falta de medicação também é discriminação”, o ato quer visibilizar os impactos da crise de abastecimento de medicamentos para hanseníase que o Brasil está sofrendo e reivindicar uma solução definitiva para o problema. n A mobilização poderá ser assistida em youtube.com/MorhanComunicação e facebook.com/Morhan.Nacional 

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Movimento em defesa das pessoas atingidas pela hanseníase reestrutura núcleo de Fortaleza

Movimento em defesa das pessoas atingidas pela hanseníase reestrutura núcleo de Fortaleza  n Ceará está em quarto lugar entre os estados do Nordeste com maior incidência da doença n n O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), que tem 39 anos de atuação no Brasil, reestrutura nesta quinta-feira (14 de janeiro) o núcleo no município de Fortaleza, capital do Ceará. A assembleia que reorganizará a coordenação do núcleo será realizada às 18 horas, na sede do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO-6), na avenida Rogaciano Leite, número 432, bairro Salinas. O evento contará com a presença do coordenador nacional do movimento e conselheiro nacional de saúde, Artur Custódio, vindo do Rio de Janeiro. n n “Estamos em um esforço nacional de reorganizar alguns núcleos de capitais, e nesse sentido é importante que avancemos em Fortaleza, uma capital importante. O Ceará tem altos níveis de casos e a sua capital possui não só uma referência estadual, mas também a capacidade de responder a diversas demandas de todo o estado. É importante que tenhamos esse núcleo ativo e reestruturado na capital, conversando com a mídia e com a sociedade local, para ter enfrentamento ao preconceito e acabar com a doença.” n destaca Custódio. O Morhan tem representação em esferas do controle social, como o Conselho Nacional de Saúde (CNS), e atua em interlocução com governos, entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais em defesa dos direitos humanos das pessoas atingidas pela hanseníase no país. A eliminação da hanseníase, o enfrentamento ao estigma relacionado à doença, a qualificação da assistência – do diagnóstico à reabilitação – e o direito à reparação por violações de direitos que historicamente atingiram as pessoas afetadas pela doença e seus familiares são alguns dos objetivos do movimento. n n Hanseníase no Brasil e no Ceará n O Brasil é o país com a maior incidência de hanseníase no mundo, com uma taxa de aproximadamente 13 novos casos para cada 100 mil habitantes, segundo dados de 2019 do Ministério da Saúde. No total, foram registradas 27,8 mil notificações de novos casos no ano. O Ceará, por sua vez, é o quarto estado com a maior incidência no nordeste, com 1.575 novos casos em 2019, uma taxa de 17,25 casos por 100 mil habitantes. n “Além da taxa de incidência e da subnotificação que dificulta a eliminação da doença, desde 2020 estamos com dois graves problemas adicionais: o subdiagnóstico, já que com a desorganização dos serviços de saúde pela pandemia de covid-19, o Brasil tem diagnosticado muito menos casos de hanseníase do que deveria, e a falta de medicamentos, que já atinge intensamente os pacientes da região Nordeste”, alerta o coordenador nacional do Morhan. A expectativa é que o núcleo de Fortaleza possa intensificar as ações de prevenção e educação em relação à doença no estado. n n Saiba mais n Hanseníase é uma doença infecciosa que afeta a pele e os nervos. Com o tratamento adequado, a partir da medicação e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em unidades de saúde de todo país, a doença tem cura. A transmissão se dá pelo contato próximo e prolongado com pessoas sem tratamento afetadas pela doença na sua forma multibacilar. A partir do início do tratamento, a doença deixa de ser transmissível. São sinais e sintomas da doença: Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil; sensação de fisgada e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; pele seca; inchaço nas mãos e nos pés; inchaço e dor nas articulações; redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados; dor e espessamento dos nervos periféricos; caroços no corpo; olhos ressecados; feridas, sangramento e ressecamento no nariz; febre e mal-estar geral; feridas nas pernas e nos pés; e, nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo. n n Para mais informações e para se inscrever como voluntário/a, contate o Morhan pelo ZapHansen: (21) 97912-0108 n n Acompanhe o movimento nas redes: n facebook.com/Morhan.Nacional n instagram.com/morhannacional n   n youtube.com/MorhanComunicação n

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