Projeto do Morhan promove educação e atendimento em Saúde em comunidades tradicionais do Piauí

Projeto do Morhan promove educação e atendimento em Saúde em comunidades tradicionais do Piauí

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Projeto do Morhan promove educação e atendimento em Saúde em comunidades tradicionais do Piauí

O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) do Piauí está realizando um projeto voltado a comunidades tradicionais de terreiros, em áreas rurais. O objetivo é fortalecer, em parceria com as comunidades e respeitando seus saberes tradicionais, a identificação de casos de hanseníase nos territórios, além de auxiliar na orientação sobre o tratamento e capacitar integrantes das comunidades como agentes multiplicadores das informações. A ação é um dos nove projetos financiados no Brasil pela Fundação Nippon, do Japão.

As primeiras atividades foram realizadas em outubro, começando pela localidade Nossa Vitória, zona rural de Teresina, que tem 65 famílias onde existem três casos diagnosticados e tratados. “Trata-se de uma região que não está coberta pela Estratégia de Saúde da Família e não conta com agente comunitário de Saúde”, explica Francilene Mesquita, representante do Morhan Piauí que integra o projeto. Ela destaca que o projeto está priorizando locais com fragilidade na assistência de saúde, justamente para levar informação e atendimento a regiões onde normalmente essas ações não chegam.

A primeira etapa da ação na comunidade foi voltada para a educação, com roda de conversa e divulgação dos sinais e sintomas da doença, além de esclarecimentos sobre o tratamento e a cura. A segunda já inclui ações de assistência, em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI), com estudantes e profissionais de enfermagem e odontologia.

Em dezembro, o projeto segue no município de São Miguel do Tapuio, junto à comunidade Saco do Juazeiro, dia 14, e retorna a Teresina, no dia 16.

A hanseníase no Piauí
Em 2016, segundo dados do Ministério da Saúde, o Piauí registrou 888 casos novos de hanseníase, com um coeficiente de detecção de 27,64 casos novos por 100 mil habitantes, indicando uma incidência muito alta da doença no Estado. Do total de novos casos no estado em 2016, 63,7{e12ed585f055d6d7b1561d81b3cbf17878ca972aa5046dd8e7fda8d12e9fc746} são muiltibacilares, o que indica atraso no diagnóstico da doença. Outro número que preocupa é a ocorrência de novos casos entre menores de 15 anos, 56 em 2016. A detecção de casos entre crianças indica a continuação da presença de pacientes não diagnosticados que, sem tratamento, continuam a transmissão.

O Morhan vem apontando que os números oficiais, que já são alarmantes, estão ainda abaixo do que ocorre na realidade, e por isso tem realizado ações que estimulem o diagnóstico precoce e que possam contribuir para a erradicação da doença, já que o início do tratamento cessa a transmissão.

Sinais e sintomas mais comuns da hanseníase
Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo.
Área de pele seca e com falta de suor.
Área da pele com queda de pelos, mais especialmente nas sobrancelhas.
Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da sensibilidade de ao toque, calor ou dor).
Sensação de formigamento na pele, principalmente das mãos e dos pés.
Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas.
Edema ou inchaço de mãos e pés.
Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
Úlceras de pernas e pés.
Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

Hanseníase tem cura!

Informações e esclarecimento de dúvidas sobre a doença: TeleHansen 0800 026 2001