Tem sido observado nas Unidades de Saúde da capital e do interior o desabastecimento de medicamentos fundamentais para o tratamento da hanseníase e de inúmeras doenças.
Apesar do blister contendo medicação da poliquimioterapia – PQT para o público infanto-juvenil e adulto em suas composições multi e pauci- bacilar, ser medicamento de uso continuo nos tratamentos e ser disponibilizado pela OMS – Organização Mundial de Saúde com apoio da Fundação Nippon/Sasakawa, a falta desses medicamento tem sido denunciada ao Morhan via telehansen desde agosto DE 2014, vindo a agravar nesses últimos 30 dias.
O Morhan que é um Movimento que atua na defesa dos interesses das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, detectou o problema e descobriu que trata–se da terceirização do sistema de logística que compreende aquisição, armazenagem, inventariado, transporte e entrega de medicamentos nas Gerências e Superintendências Regionais de Saúde em todo Estado, o que vem acarretando esta plena falta da medicação nas Unidades de Saúde.
Tudo isso vem acontecendo porque a Secretaria de Estado de Saúde além de ter aberto processo licitatório para terceirizar os serviços de logística e entrega deu poder a empresa que venceu a licitação para fazer como quiser esses serviços, e a mesma então definiu seu processo de trabalho sem ouvir técnicos, usuários, causando um grande tumulto na forma da medicação chegar as farmácias do SUS.
A firma que ganhou a Licitação tem seus galpões em Contagem /MG, fez um inventário da medicação e dos insumos existentes, mas pelo que foi nos noticiado é que esse inventário não condiz com a realidade, os itens registrados não estão em conformidade e as medicações especiais, estratégicas que são disponibilizada pelo Ministério da Saúde sequer aparecem neste inventário.
Elencos importantes como Predinisona,Clofazimina, Talidomida, Blisters, diversos medicamentos para outras patologias e que são insubstituíveis na atenção terapêutica integral não estão chegando nas Regionais e conseqüentemente nas Unidades de Saúde, causando transtornos aos gestores municipais que vem sendo cobrado pelos usuários e não encontram solução para sanar este problema causado pelo Estado.
De acordo com contatos realizados pelo Morhan, a área técnica da hanseníase e a Vigilância Epidemiológica promoveu as devidas comunicações a área de material e patrimônio visando solução e ainda permanece a situação e o Gabinete do Secretario de estado de Saúde precisa solucionar este impasse antes de que aconteça a tragédia anunciada de pessoas padecendo sem remédios.
Os medicamentos estratégicos, a produção da Funed,Furp, Farmanguinhos e outros laboratórios oficiais, que ajudam na interface com os específicos, viraram itens de inconformidades, e não simboliza apenas a falta de planejamento, mas a entrega das responsabilidades da gestão a iniciativa privada, deixando todos perplexos.
Partindo do princípio de que “Saúde é direito de todos e dever do Estado” e que o custo dos medicamentos já é financiado por todos nós por meio de nosso suado imposto e taxas e por isso exigimos solução imediata para o caso ainda que tenham que suspender a efetivação da licitação terceirizante retomando o verdadeiro papel do SUS.
Já entramos em contato com o Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais e com o Sindicato Unico dos Trabalhadores da saúde de Minas Gerais, para assegurar apoio nesta questão, ação conjunta e analisar os aspectos desta terceirização visando subsidiar a própria Comissão de transição de Governo, e iremos levar esta questão na imprensa local e nacional.
CONTINUAREMOS LUTANDO PELA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS