Por Eni Carajá – Diretor Executivo do Morhan NacionalMovimento de Reintegração do Hanseniano MORHAN – esse era nosso nome antes e depois de muito debate, somos Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase – Tambem Morhan.Há anos que vivemos num dilema – somos um Movimento social, somos movimento popular e até mesmo somos apenas um movimento???.Será que continuaremos a vida inteira sob o jugo governamental que impõe as entidades o dever de se registrarem em cartório tutelado pelo próprio Estado, sob a égide de um código civil que só serve para tolhir as entidades e os movimentos sociais???Partindo destas indagações, entro no sentido deste texto: O de lembrar que nós do Morhan atuamos na Articulação Nacional de Entidades Sindicais e Populares – ANAMPOS e daí nasceu a Central Única dos Trabalhadores – CUT, a Coalizão que originou a criação da Organização Nacional dos Deficientes Físicos – ONEDEF, e convencemos nossa referência na criação do Morhan – Francisco Augusto Vieira Nunes 0 Bacurau a apoiar as iniciativas pela criação da Central de Movimentos Populares- CMP.Deste debate o Morhan nomeou na época Eni Carajá Filho, Aquino Dias Bezerra(In Memorian) e Reinaldo Matos para participar das atividades de contrução coletiva da CMP.Pois bem atuamos em diversas atividades em São Paulo no Cajamar, quando estavam presentes o Frei Betto, o Pedro Pontual, fazíamos reuniões com a CUT e diversos movimentos sociais, e naquela época a luta era contra a carestia,pela democratização do país, pela anistia ampla,geral e irrestrita, pelas diretas já, de combate ao peleguismo nos sindicatos, sobretudo contra o Joaquinzão, e tambem para demarcar que movimento popular não significa apenas associações comunitárias.Atuação correta do Morhan desde a 8ª Conferência Nacional de Saúde, no Comitê Pró Participação Popular na Constituinte, que naquela época já dizia”Constituinte sem povo, não cria nada de novo” e no Movimento Popular de Saúde – MOPS trouxeram inegáveis conquistas.Talvez tivessemos conquistado tudo e as nossas bandeiras ficaram esvaziadas,e a sofisticação da eletônica e das Tecnologias de informação, fizeram recrudescer essa ferramenta insubstituível: A presença humana nas lutas, pelas vitórias e superação de desafios. Largamos o pão com salame classico, não dormimos mais em colchonetes, nos estádios e ou escolas públicas, passamos de fase neste videogame da vida, mas continua a indagação? temos que ser só Morhan??? Precisamos articular com outros movimentos, sejam eles sindicais ou populares???, ou já superamos esses tambem???.Qual é nosso papel na participação no controle social??? vem aí as inovações desta participação, agora basta pegar um controle remoto que será distribuido aos futuros delegados na 14ª Conferência Nacional de Saúde, na qual estou incluido,ficarmos com a bunda nas cadeiras, teclarmos 1 para manter a proposta original, 2 para mudar a redação já pronta e 3 para abstermos. Momento frio e calculistas e sobretudo sujeito a fraudes.Essa experiência, acabei de passar aqui em Minas Gerais no dia 15 de setembro de 2009 no Espaço Hellius, em Belo Horizonte, quando nós delegados de Minas participamos de uma fase complementar da 7ª Conferência Estadual de saúde que não havia votado todo relatório e ficou incumbido aos delegados eleitos para a fase nacional o fazer.Não houve debates,público conduzido por uma fala ao microfone de quem coordenava e outra de quem dava o resultado das votações, sem contar os momentos que o tal “Sistema” entrava em pane, além disso uai percebeu-se picos altissimos de depressão, angustia de vários que estavam presenciando os “avanços eletrônicos do Controle Social no SUS” será a substituição do valor e da inteligência humana na terra???Por todos esses detalhes é que vou concluir perguntando ainda: Porque não rearticularmos com os Movimentos Sociais no combate a este tipo de imposição??? Vamos retornar na ação com a CMP, o MOPS. a ANEPS e as várias entidades e movimentos sociais do campo e da cidade, em torno de lutas comuns, ou já esgotamos nossa pauta??? Precisamos assim como a população em 1926 que promoveu a revolta da vacina, promovermos a revolta do controle remoto, pois controle social para mim, desde a constituição de 1988 é da sociedade sobre o Estado sinalizando e inversão da lógica da ditadura militar que vigiava cotidianamente a sociedade e lhe impunha a forma de ser e agir em defesa da ordem e do progreso a qualquer custo.Registrado aqui o inicio do debate, colaborações são bem vindas.Aguardamos a manifestação de todos nos comentários abaixo!