“Até o sono era compulsório”. Com essa frase, que iniciou o encontro das pessoas que foram separadas e isoladas dos seus pais, portadores da hanseníase, na infância e levadas aos preventórios – e foi proferida pelo meu amigo voluntário do MORHAN, Ondiny Flaustino, ao se referir aos remédios que eram dados as crianças para que dormissem e desse menos trabalho – quero aproveitar e completar meu pensamento em relação à mesma reunião que aconteceu no dia 11 de abril de 2010, no Salão de Multi-Uso da Sociedade Beneficente Dr. Enéias de Carvalho Aguiar, localizada dentro do Instituto Lauro de Souza Lima. Primeiramente, gostaria de relatar à nossa sociedade sobre essas pessoas que deram pouco interesse para este encontro, e desconhecem a verdadeira história. Esses filhos separados têm RG e identidade e merecem o nosso respeito, não sendo culpados pelo ocorrido no passado. O Parque Santa Terezinha, em Aimorés, ainda tem vários casos a ser resolvidos. Depois de ouvir os relatos até então desconhecidos, sinto a obrigação e o direito de divulgar essa história, principalmente do antigo Asilo-Colônia Aimorés, que completou no dia 13 de abril deste ano 77 anos de história – e que vai caindo no esquecimento. A data quase passou despercebida, mas a história do passado nos dá subsídios para que as futuras gerações tenham conhecimentos sobre os fatos. Turista é aquele que visita fotografa e vai embora – sentimento histórico é, para este maluco, tentar preservar e fazer algo para manter a história. Faço um convite à sociedade bauruense aos historiadores, para conhecer meu trabalho através do meu blog (jpradoo.blogspot.com) e meu Orkut (jpradotv@yahoo.com.br). Embora sem o devido reconhecimento, vou enfrentando as barreiras sozinho. Após a reunião do dia 11 de abril, aonde as voluntárias do MORHAN vieram de São Paulo para a reunião com a direção da Sociedade Beneficente e os filhos que foram separados para os esclarecimentos sobre o Recadastramento dos filhos separados e isolados compulsoriamente de suas mães. Ao ouvir alguns depoimentos emocionados dos filhos que diziam que “o educandário era uma prisão, um local de tortura”, sinto ainda mais vontade de batalhar em benefício desta causa justa, muito embora sem apoio. Eu, enquanto cidadão bauruense, um maluco apaixonado pela história do antigo Asilo-Colônia Aimorés, tenho o direito e a obrigação de preservar e manter viva essa história. Jaime PradoVoluntário MORHAN BauruMtb: 38076 – Projeto História