“Nós todos devemos abraçar a causa com muita vontade e unidos, porque só assim vamos conseguir acabar com o preconceito”. Essa frase, proferida por Nadia Ocinschi Menezes da Silva, relata perfeitamente a luta para reerguer um núcleo do MORHAN em Mogi das Cruzes (SP). A união e a força de vontade foram elementos fundamentais para que o sonho dos moradores do antigo hospital-colônia Dr. Arnaldo Pezzutti Cavalcanti fosse concretizado. Inativo há mais de cinco anos, o MORHAN Mogi das Cruzes existia desde o tempo de Bacurau, fundador do Movimento. A moradora da Colônia Raimunda Juca Viana teve a iniciativa de reativar o núcleo. Imaginava quão complicada essa tarefa seria. Mas não desanimou. Uniu-se a Nadia. “Quando entrei, não sabíamos o que fazer para divulgar a causa da hanseníase”, diz. Durante a reestruturação do núcleo, em 2004, firmou-se parceria com o SESI e uma pequena equipe começou a participar das ações de Cidadania e do projeto Ação Global. Começaram a arrecadar fundos para formalizar o espaço, através da venda de doces e salgados e com a doação de materiais. Nessa época, a tesoureira Magda Klein dos Santos se filiou ao Movimento. Com a verba adquirida, conseguiram registrar o núcleo no cartório no último 25 de setembro. “A parceria com o SESI cresceu bastante. Fazemos campanhas de prevenção à hanseníase. Geralmente, passam pelo nosso estande cerca de 500 pessoas, dependendo do lugar. Já diagnosticamos casos da doença in loco”, comenta Nadia. O núcleo também oferece capacitação de voluntários, realizada dentro da própria colônia. “Muitas vezes, são pacientes que vão para consulta no hospital e consomem nossos produtos. Há também aqueles que se filiam ao Movimento depois de conhecer o nosso trabalho com o SESI”. O núcleo possui um escritório improvisado dentro da igreja local. As reuniões acontecem no salão da caixa beneficente. Nadia afirma que, como plano para um futuro próximo, há um projeto para erguer uma sede dentro do hospital. “Também pretendo fazer um trabalho de ajuda psicológica com os pacientes novos, além da criação de oficinas de artesanato e informática”. A vice-coordenadora visa investir ainda no campo das artes. “Sonho em formar um coral, composto pelos moradores da colônia. Temos um teatro enorme, do tempo da (internação) compulsória, que está para ser tombado”. Segundo ela, existem muitos idosos que não vêem a hora de se reunir na sede, “para jogar carteado e conversar”. “O local que estamos reivindicando tem até um coreto, mas está no meio do mato. Queremos criar uma área de lazer para os pacientes da colônia e de fora”. Nadia não esconde o orgulho de ter conseguido oficializar o núcleo. Em 4