O senador Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado Federal, foi cumprimentado ontem pelo embaixador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Eliminação da Hanseníase no mundo, o japonês Yohei Sasakawa, pelos esforços empreendidos pelo governo brasileiro em eliminar a presença da doença em todo o seu território, prevista para ser anunciados até o fim deste ano.Além de elogiar as ações de saúde pública para a erradicação da hanseníase, o embaixador do órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) especializado em saúde também se congratulou com o senador acreano por ele estar apresentando um projeto de lei no Congresso que visa indenizar cerca de mil brasileiros que sofreram todos os tipos de discriminação por terem sido acometidos pela doença, perdendo a família e todos os vínculos sociais ao longo de grande parte de suas vidas.Tião Viana também foi elogiado ao anunciar ao embaixador a iniciativa do Acre de criar um museu ilustrativo que pretende mostrar a grande luta que os hansenianos travaram numa região pobre como a Amazônia para terem seus direitos e sua dignidade reconhecidos pelo estado e pela sociedade regional. “Os seres humanos precisam contar para as gerações futuras a história de seus sucessos e também de seus erros”, destacou o embaixador, ao falar dos avanços que o Japão teve para indenizar as vítimas da hanseníase. Em resposta, o senador explicou que se mirou no exemplo humanitário promovido pelos japoneses para propor o seu projeto indenizatório ao Congresso.“O Brasil pode dar um belo exemplo ao mundo porque pode afirmar de cabeça erguida e olhando no olho de cada cidadão deste planeta que é capaz de ainda expressar amor às pessoas mais humildes, como é o caso dos hansenianos”, disse o senador em entrevista, após receber a comitiva do embaixador da OMS.Firmes decisões políticasPara Tião Viana, as decisões políticas tomadas nas últimas décadas permitiram ao Brasil demonstrar que era possível mudar o quadro de avanço da hanseníase, podendo anunciar até o final deste ano a eliminação, em todo o território nacional, da doença que afetava as regiões mais pobres do país, como é o caso do Acre. “Trata-se de um novo paradigma que a política pública apresenta à sociedade porque é sim possível fazer algo pelas pessoas mais pobres e mais humildes, que viviam à margem da sociedade, como eram as ex-vítimas da hanseníase”.O senador considerou que o reconhecimento da OMS em relação ao esforço promovido pelo governo brasileiro e pelo movimento social de eliminarem a hanseníase encoraja o país a enfrentar outras doenças presentes nas regiões mais pobres do país. “Enquanto se tem ONGs para tudo no Brasil, a gente tem apenas o Morhan, uma única ONG que consegue sensibilizar o coração e as mentes dos governantes para que se possa ser solidário, ser fraterno e construir dignidade para as pessoas mais humildes”, disse. Durante a recepção à comitiva da OMS, o senador Tião Viana estava acompanhado do coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Artur Custódio, e da coordenadora do Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase, Rosa Castália Soares.Artur Custódio agradeceu o reconhecimento internacional do trabalho do Morhan e fez questão de anunciar o número do telefone nacional para onde as pessoas podem ligar para anunciar a ocorrência de novos casos de hanseníase. O Tele-Hansen atende pelo número 0800-262001. Rosa Soares explicou que a eliminação da hanseníase no Brasil, prevista para dezembro, significa dizer que o país pode alcançar até o final de ano a pr