Mil e 166 pessoas portadoras de hanseníase, dos mil e 463 casos registados no país até Dezembro de 2005 foram curadas, fato que levou Angola a integrar a lista de países em fase de erradicação da doença. Segundo a diretora da luta contra a hanseníase em Angola, Conceição Palma, até 2003, o país tinha registado 5.245 casos, com uma taxa de prevalência de 3.5 por 10 mil habitantes, contra a taxa alcançada em 2005, de 0,94 casos por 10 mil pessoas, número internacionalmente reconhecido pela OMS, como meta de eliminação. Para se chegar a tal meta, as autoridades sanitárias tiveram que, em três anos, aumentar o diagnóstico de casos e tratamento com os medicamentos afins, melhorar a qualidade do seguimento e a capacidade de prevenir, detectar e tratar as deformidades e complicações, reduzir o estigma, desenvolver a pesquisa operacional e fortalecer as parcerias. Produção de normas e folhetos, capacitar quadros, melhorar os sistema de supervisão e de monotorização, reforçar o abastecimento de medicamentos e a educação para saúde, bem como transformar colônias em centros de saúde para toda a população, foram outros feitos que levaram o país a atingir a meta de eliminação da doença. Para se comemorar a data, o presidente da Nippon Foundation e embaixador da Boa Vontade da OMS para a eliminação, Yohei Sasakawa, esteve no país durante quatro dias, acompanhado do director regional dessa organização, Luís Gomes Sambo. O encontro com o representante em Angola em exercício da OMS, Mathieu Kamwa, Sasakawa agradeceu a liderança de Luís Gomes para a eliminação da lepra, considerando-a satisfatória. Acrescentou que veio a Angola para dar maior impulso à erradicação da doença, sublihando que a Índia é um dos países mais populosos do mundo que conseguiu eliminar a doença. Para ele, os esforços agora devem estar virados em África e por isso vai dar apoio financeiro desde que o país apresente um plano de necessidade financeira para o combate da hanseníase. Luís Gomes Sambo louvou o papel desenvolvido por Sasakawa, principalmente através da advocacia e meios financeiros que levou ao progresso registado nos último 10 anos, embora sejam lentos. “A OMS vai sensibilizar os ministros da saúde para dedicarem mais recursos à lepra e elaborar planos a nível municipais, pois o envolvimento das autoridades locais é muito importante”, afirmou. Apelou, no entanto, aos países a não relaxarem em relação ao tratamento da doença e as medidas de vigilância em geral, prometendo o engajamento total da OMS.