Uma noite chuvosa de terça-feira foi especial para a jornalista Vânia Saldanha. Essa noite foi a do último dia 7, quando aconteceu o lançamento de seu primeiro livro de contos sobre o cotidiano, Pensei com o Esquerdo…Escrevi com a Direita (Ed. MEC). A obra reúne suas contos sobre a vida e as variadas formas de amor, escritas ao longo de uma década – algumas até há mais tempo. Voluntária do MORHAN, a jornalista doará parte da renda do seu livro para a causa e também para o Retiro dos Artistas (RJ). O lançamento do livro de Vânia Saldanha foi realizado na Casa de Rui Barbosa, espaço dedicado à preservação da memória nacional. No confortável hall ao lado da livraria da instituição, estavam jornalistas, amigos e familiares, além da presença de representantes do MORHAN. A professora Maria do Socorro Corrêa, amiga de Vânia há mais de 30 anos, afirmou que Pensei com o Esquerdo…é a realização de um sonho. “Ela sempre escreveu contos e crônicas e apareceu essa oportunidade, de publicá-las. Tudo da vida de Vânia está ali. Infância, adolescência, idade adulta…”, diz. “Perseverança foi a palavra de ordem nesse trabalho”. “Foi como o nascimento de um filho”, complementa a relações-públicas Mariza Mattos, também presente no evento. “É um ótimo livro de contos.”Nascida em Belém do Pará, Saldanha afirma que a luta contra a hanseníase entrou na sua vida ainda na infância. “Em Marituba (município vizinho de Belém), havia uma colônia de hanseníase chamada Colônia do Prata. Devido à pouca informação, existia um grande preconceito, os doentes eram muito discriminados”, diz. “As pessoas nem podiam chegar perto do local”, conta Vânia, cuja lembrança do estigma permaneceu em sua memória até hoje. “Alguns amigos meus participam da campanha e resolvi contribuir também, pois considero uma causa importante.”A coordenadora estadual do MORHAN e do núcleo de São Gonçalo Silvia Daflon Oliveira participou ativamente do lançamento. Representando o movimento social, a agente de Saúde fez uma pequena palestra alertando para a importância dos conhecimentos sobre a hanseníase. Afinal, a perseverança de Vânia para publicar o seu livro deve servir de exemplo também para a luta contra o estigma.