Cooperação internacional garante apoio emergencial a famílias atingidas pela hanseníase em Mato Grosso e Goiás

Cooperação internacional garante apoio emergencial a famílias atingidas pela hanseníase em Mato Grosso e Goiás

 

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Cooperação internacional garante apoio emergencial a famílias atingidas pela hanseníase em Mato Grosso e Goiás

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Organismos como a ONU e a OMS têm chamado a atenção para a necessidade de ação frente à crise humanitária global que a pandemia de Covid-19 tem acentuado, sobretudo em relação às desigualdades e vulnerabilidades pré-existentes, agora ampliadas. É o caso da população de pessoas afetadas pela hanseníase, doença negligenciada que tem no Brasil o país campeão mundial de incidência e, em Mato Grosso, o estado com a mais alta taxa do país. Para apoiar emergencialmente famílias de pessoas atingidas pela hanseníase em situação de vulnerabilidade, um projeto une o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e a Sasakawa Health Foundation, do Japão. 

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Durante quatro meses, 45 famílias serão acompanhadas nos municípios de Barra do Garças, Pontal do Araguaia (MT) e Aragarças (GO). Em Barra do Garças, a entrega de cestas básicas começou no dia 4 de maio (foto). Em todo o país, a ação já auxiliou mais de 200 famílias nos estados do Ceará, Bahia, Amazonas e Rio de Janeiro.

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“A intenção é garantir acesso a recursos de sobrevivência e dignidade, aproximar essas famílias dos seus direitos sociais e garantir também o acesso adequado aos serviços de saúde de acompanhamento das pessoas afetadas pela doença”, explica o vice-coordenador nacional do Morhan, Faustino Pinto.

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Em visitas domiciliares, as famílias estão recebendo cestas básicas, materiais de higiene, limpeza e proteção contra Covid-19 (máscaras e álcool gel), além de orientações de prevenção em relação à pandemia e de autocuidado em relação à hanseníase.

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Para o coordenador do núcleo Morhan de Barra do Garças, Marcos Costa, responsável pela execução local do projeto, lamenta os cenários político e sanitário atuais: “Quando um governante desmerece a ciência, a OMS e o campo da saúde, o resultado é o que estamos vendo: mais de 400 mil mortes no país, muitas delas evitáveis”, afirma o dirigente. “E as minorias, as pessoas que estão às margens da sociedade, estão em uma situação ainda mais delicada: no processo de seleção das famílias para serem acompanhadas, encontramos muitas situações de desassistência e miséria”, completa, lembrando que o que o Morhan está fazendo deveria ser responsabilidade do estado, mas frente o descaso do governo os movimentos sociais e a sociedade civil organizada têm tomado a frente de ações solidárias.

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Hanseníase no Brasil e no Mato Grosso

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O Brasil é o país com a maior incidência de hanseníase no mundo, com uma taxa de aproximadamente 13 novos casos para cada 100 mil habitantes, segundo dados de 2019 do Ministério da Saúde. No total, foram registradas 27,8 mil notificações de novos casos no ano. Mato Grosso, por sua vez, é o estado com a maior incidência no país, com 4.224 novos casos em 2019, uma taxa de 119 casos por 100 mil habitantes, o que caracteriza o estado como hiperendêmico. “E, em 2020, houve o problema adicional do subdiagnóstico: com a desorganização dos serviços de saúde pela pandemia de covid-19, o Brasil tem diagnosticado muito menos casos de hanseníase do que deveria”, alerta Faustino. 

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Saiba mais

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Hanseníase é uma doença infecciosa que afeta a pele e os nervos. Com o tratamento adequado, a partir da medicação e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em unidades de saúde de todo país, a doença tem cura. A transmissão se dá pelo contato próximo e prolongado com pessoas sem tratamento afetadas pela doença na sua forma multibacilar. A partir do início do tratamento, a doença deixa de ser transmissível. São sinais e sintomas da doença: Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil; sensação de fisgada e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; pele seca; inchaço nas mãos e nos pés; inchaço e dor nas articulações; redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados; dor e espessamento dos nervos periféricos; caroços no corpo; olhos ressecados; feridas, sangramento e ressecamento no nariz; febre e mal-estar geral; feridas nas pernas e nos pés; e, nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo.

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Para mais informações e para se inscrever como voluntário/a, contate o Morhan pelo ZapHansen: (21) 97912-0108

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