Espírito Santo realiza encontro de filhos separados dos pais pelo isolamento compulsório da hanseníase

Espírito Santo realiza encontro de filhos separados dos pais pelo isolamento compulsório da hanseníase

Dezenas de pessoas separadas de seus familiares durante o isolamento compulsório de pacientes com hanseníase, vigente como política de estado no país, até a década de 1980, estarão reunidas na próxima sexta-feira, 22, no município de Cariacica, no Espírito Santo, durante o Encontro Estadual do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). A atividade será realizada no Hospital Pedro Fontes, de 8h às 17h, e é aberta à imprensa.

 

 

 

Além das pessoas que sofreram alienação parental, representantes da coordenação nacional do movimento e do governo estadual do Espírito Santo participarão do evento. Temas relacionados às estratégias para o enfrentamento do preconceito, ainda associado à doença, e questões relacionadas à prevenção e ao diagnóstico também estarão em debate. “Este encontro será fundamental para o resgate da cidadania das pessoas que foram separadas de seus familiares e para a reivindicação de seus direitos. Em todo o país, lutamos pela extensão das medidas reparatórias concedidas pela lei federal nº 11.520 às pessoas que foram segregadas e entregues compulsoriamente à adoção antes de nascer”, aponta o coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio.

 

 

 

 

 

Entenda o isolamento compulsório

No Brasil, até a década de 1980, a lei federal nº 610 de 13 de janeiro de 1949 recomendava o isolamento compulsório dos pacientes com hanseníase em colônias,  chamadas na época de leprosários. A mesma lei ordenava a entrega dos bebês de pais com hanseníase à adoção, o que levou à separação de milhares de famílias. Esta situação perdurou até 1986, quando os antigos hospitais colônias foram transformados em hospitais gerais. “Os muros foram derrubados, os portões abertos, mas a luta pelo reencontro destas famílias ainda continua”, revela o Artur Custódio.

 

 

 

 

Envolvido na promoção da saúde e da cidadania de pacientes com hanseníase e seus familiares, o Morhan desenvolve um extenso trabalho na busca de reunir as famílias separadas pelo isolamento compulsório dos pacientes com hanseníase e de reparar os danos causados por esta política.

 

 

 

 

Um trabalho importante realizado nesta área é a mobilização para a aprovação, pela presidente Dilma Rousseff, de legislação que garanta a indenização dos filhos separados de seus pais, conforme recomendação da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas.

 

 

 

 

Artur informa que a lei federal 11.520, de 18 de setembro de 2007, dispõe sobre a concessão de pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase que foram submetidas ao isolamento compulsório. A indenização prevista pela lei corresponde à pensão vitalícia de R$ 750, garantia de fornecimento de próteses e realização de intervenções cirúrgicas e assistência à saúde por meio do SUS.

 

 

 

 

 

“Porém, as medidas reparatórias não se estendem aos filhos das pessoas segregadas nos antigos leprosários, que foram entregues compulsoriamente à adoção ao nascer. Por isso, desde 2010, o Conselho Nacional de Saúde recomenda a aprovação de uma medida provisória que estenda as ações de reparação e indenização aos filhos separados dos pais durante a fase do isolamento compulsório de pacientes com hanseníase”, informa o coordenador nacional do Morhan.

 

 

 

 

 

SERVIÇO
Encontro Estadual do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase em Cariacica
Data: Sexta-feira, 22 de março, de 8h às 17h
Local: Hospital Pedro Fontes
BR 101, Km 9, Rodovia do Contorno – Itanhenga
Cariacica – ES

 

 

 

 

CONTATO
Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase – MORHAN
Assessoria de Comunicação
Renata Fontoura – 21 9615 0648
TELEHANSEN: 0800 26 2011
imprensa@morhan.org.br