O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial em prevalência de hanseníase (casos novos e antigos) e o segundo lugar em detecção da doença (casos novos). Os municípios de Iguatu, Sobral, Juazeiro do Norte, Crato, Maracanaú, Fortaleza e Caucaia colocam o Ceará em quarto lugar entre os estados do Nordeste com maior incidência da doença, sendo responsáveis por 60{79cc7c547c82c26ee96fc2fefb6afbdee3eadc00daef34e76e11ca91d3e5e06b} dos casos no Estado. Os dados alarmantes foram apresentados ontem, durante a abertura da Semana Estadual de Combate à Hanseníase, promovida pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), que acontecerá até dia 10 de abril, com a Luta pela Eliminação da Hanseníase no Ceará. A coordenadora estadual do projeto, Clódis Maria Tavares, ressaltou que o principal objetivo da mobilização é diagnosticar precocemente a hanseníase, doença que tem profundas raízes em problemas sociais, como ausência de serviços básicos e alta densidade da população. “Hoje, o Ceará possui 3,37 doentes para cada 10 mil habitantes, sendo que 85{79cc7c547c82c26ee96fc2fefb6afbdee3eadc00daef34e76e11ca91d3e5e06b} desses pacientes dispõem de tratamento na própria cidade. Em 1991, esse número era de 12 pacientes para cada 10 mil habitantes”. No Brasil, no mesmo período, eram 17 doentes para cada 10 mil pessoas. Apesar de 85{79cc7c547c82c26ee96fc2fefb6afbdee3eadc00daef34e76e11ca91d3e5e06b}, dos 36.909 casos em tratamento na América Latina serem no Brasil, os números atuais modificaram bastante o panorama da doença. Em 2004, o número de portadores de hanseníase registrados no Brasil, baixou para 1,7 para cada 10 mil habitantes. Apesar da meta da Secretaria de Saúde ser atingir o número de um paciente para cada 10 mil habitantes, o secretário de Saúde, Jurandi Frutuoso, disse que a campanha pretende conscientizar a população e acabar com preconceitos. Ele reconheceu a demora no resultado dos trabalhos. “Nos interessa mostrar que há redução nos casos, mesmo que seja 20{79cc7c547c82c26ee96fc2fefb6afbdee3eadc00daef34e76e11ca91d3e5e06b} a cada ano”. Além de palestras, os participantes assistiram a uma peça teatral e ao curta metragem “Os melhores anos de nossas vidas”, gravado em um ex-hospital colônia, com pacientes que viveram o isolamento obrigatório.