Excelentíssimo Senhor Deputado Distrital Benício Tavares, presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em nome de quem saudamos todos os Deputados desta Casa,Excelentíssima Senhora Deputada Arlete Sampaio,Excelentíssimo Senhor Deputado Chico Leite, Excelentíssimo Senhor Deputado Paulo Tadeu,Excelentíssimo Senhor Doutor Ricardo, Promotor Chefe da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Distrito Federal;Ilustríssima Senhora Doutora Rosa Castália Soares, Coordenadora do Programa de Hanseníase do Ministério da Saúde,Ilustríssima Senhora Roseana Pereira de Deus, chefe do Núcleo de Dermatologia Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde.Ilustríssimo Senhor Artur Custódio de Sousa, coordenador nacional do Morhan,Senhoras e Senhores,Em primeiro lugar, gostaríamos de dizer que, para nós, é motivo de muita satisfação a homenagem que está sendo prestada hoje ao Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase. Nosso movimento existe, em caráter nacional, desde 1981, e no Distrito Federal atuamos desde 1996. Mas a realidade das pessoas atingidas pela patologia, o preconceito, a discriminação, isso todos nós sabemos, vem desde a antiguidade. É uma tarefa árdua superar milênios de exclusão, de isolamento e de falta de informação e mostrar não só para a sociedade, mas para os próprios pacientes, que ninguém precisa se isolar nem abrir mão de seus direitos por ser portador de um bacilo que causa uma patologia possível de ser curada. Também não é uma tarefa fácil sensibilizar as autoridades de saúde pública do País para a necessidade de atenção a esses pacientes de maneira integral. Muitos que conseguem ser curados do bacilo da hanseníase trazem seqüelas que exigem a continuidade do tratamento, com fisioterapia, ortopedia, oftalmologia e psicologia. É dentro desse espírito multidisciplinar que o Morhan vem atuando em Brasília. Foi a partir de um núcleo de voluntários que atuava no Hospital Universitário que se formou uma equipe, depois absorvida pelo Hospital, para atender aos pacientes em várias frentes – e ainda dar suporte a pacientes de outras patologias que necessitam do mesmo tipo de apoio.Temos atuado junto a escolas, associações e à sociedade em geral numa cruzada pelo esclarecimento, distribuindo cartilhas, dando palestras e formando facilitadores e multiplicadores que ajudam as pessoas a identificar os sintomas da hanseníase em sua fase inicial, a encaminhá-las para o tratamento adequado e a conviver com os portadores de forma construtiva e gratificante, sem medos e preconceitos infundados.Todos sabemos da carga de estigma que acompanha o paciente de hanseníase até os dias de hoje. Quem assistiu ao filme “Diários de Motocicleta” constatou, com o mesmo constrangimento do jovem Ernesto Che Guevara, a segregação que se impunha aos pacientes de hanseníase nos anos 50. No leprosário de San Pablo, na Amazônia peruana, um rio separava os médicos e os enfermeiros dos pacientes.Hoje, as distâncias físicas se encurtaram, mas ainda há grandes distâncias a vencer.Na revista Veja que chegou às bancas ontem, há uma matéria comovente sobre a recém-lançada biografia do escritor paulista Marcos Rey. Marcos Rey era o pseudônimo do cidadão Edmundo Nonato. Aos 16 anos, em 1941, Edmundo Nonato foi alcançado pela política de internação compulsória que existiu no Brasil até 1967 e passou os melhores anos da sua adolescência confinado em asilos-colônia que,