Morhan integra projeto inovador para intensificar esforços por um Brasil livre da hanseníase
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Nos dias 10 e 11 de agosto, 30 voluntários do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) estiveram em Brasília para uma programação de alinhamento do projeto “Abordagens Inovadoras para Intensificar Esforços para um Brasil Livre da Hanseníase”. O encontro promoveu a padronização do conhecimento sobre o processo de trabalho relativo ao Projeto e sobre as normas e técnicas de diagnóstico, tratamento e vigilância da doença, conforme as recomendações padronizadas pelo Ministério da Saúde (MS).
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O Projeto, uma parceria do MS e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), com apoio da Fundação NIPPON do Japão e do Morhan, terá duração de três anos (2017 – 2019), e tem como objetivo geral a redução da carga da doença em 20 municípios localizados nos Estados do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí e Tocantins. Regiões escolhidas estrategicamente para o enfrentamento da doença.
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Para isto, equipes formadas por especialistas em clínica, prevenção de incapacidades da Hanseníase e em ações sobre o envolvimento das pessoas acometidas pela doença na comunidade, irão a campo em outubro. Em cada local, promoverão a atualização teórica e prática dos profissionais da saúde que atuam na Atenção Básica dos municípios selecionados, ações de educação em saúde e exame dermatoneurológico para diagnóstico da doença.
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A coordenadora nacional do Morhan, Lucimar Batista, destaca que o trabalho de sensibilização e mobilização das comunidades será realizado em parceria com os municípios, os profissionais de saúde e também com entidades comunitárias, organizações de bairro e comunidades tradicionais de terreiros e quilombolas. “Vamos mobilizar a população a partir da nossa perspectiva de movimento social: estabelecendo parcerias com pessoas e entidades e construindo coletivamente maneiras de enfrentar a hanseníase que dialoguem com a realidade de cada local em que atuaremos”, afirma a dirigente.
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A coordenadora Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação do MS, Carmelita Filha, alerta para o fato de que o Brasil ainda faz o diagnóstico tardio da doença. “É fundamental fazer busca ativa, principalmente em menores de 15 anos, como forma de diagnosticar precocemente os casos, interrompendo a cadeia de transmissão e previnindo as incapacidades físicas”.
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Detecção e tratamento
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A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória, que tem como agente etiológico o Mycobacterium leprae. A doença acomete principalmente pele e nervos e sua transmissão se dá pelas vias aéreas superiores por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível (com maior probabilidade de adoecer) com uma pessoa doente sem tratamento.
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O tratamento para hanseníase é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que é uma poliquimioterapia (PQT) com associação de três antibióticos. Além de submetidos ao exame dermatoneurológico, os doentes deverão ser orientados quanto aos cuidados com olhos, mãos e pés para prevenção de incapacidades.
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A investigação dos contatos domiciliares e sociais das pessoas acometidas pela doença é a principal estratégia para a interrupção da cadeia de transmissão.
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Portanto, para a implementação e fortalecimento das ações de controle da doença, se faz necessário o esforço conjunto de todos os níveis de governo, promovendo o conhecimento da hanseníase, alertando sobre os sinais e sintomas, bem como a prevenção do estigma e da discriminação contra as pessoas acometidas pela doença na comunidade.
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Diante desses desafios, uma intervenção que utilize abordagens inovadoras deve ser implementada num grupo de municípios com o objetivo de obter resultados concretos num determinado período de tempo.
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Dados epidemiológicos
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Na última década, o Brasil apresentou uma redução de 37,1 {e12ed585f055d6d7b1561d81b3cbf17878ca972aa5046dd8e7fda8d12e9fc746} no número de casos novos, passando de 40.126 diagnosticados no ano de 2007, para 25.218 em 2016. Tal redução corresponde assim à queda de 42,3{e12ed585f055d6d7b1561d81b3cbf17878ca972aa5046dd8e7fda8d12e9fc746} da taxa de detecção geral do país (de 21,19/100 mil habitantes em 2007 para 12,23/100 mil habitantes em 2016).
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Apesar disto, casos em menores de 15 anos ainda são diagnosticados no país, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente da doença. Em 2016, o número de casos novos diagnosticados nesta faixa etária foi 1.696 (7{e12ed585f055d6d7b1561d81b3cbf17878ca972aa5046dd8e7fda8d12e9fc746} do total de casos novos do país). A detecção de casos com Grau 2 de Incapacidade Física (GIF2) indica o diagnóstico tardio da doença. Em 2016, o percentual de casos novos de hanseníase diagnosticado com GIF2 foi de 7,9{e12ed585f055d6d7b1561d81b3cbf17878ca972aa5046dd8e7fda8d12e9fc746}, entre os avaliados para este indicador no momento do diagnóstico.
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Esses dados reforçam a necessidade de projetos, como o que será realizado em outubro, que ampliem a informação e o olhar sobre a doença, buscando detectar casos que a rede de assistência não têm diagnosticado e criar uma cultura de enfrentamento ao preconceito.
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Com informações da Ascom do Ministério da Saúde.