Morhan participa de projeto piloto para vencer o estigma relacionado à hanseníase em Floriano/PI

Morhan participa de projeto piloto para vencer o estigma relacionado à hanseníase em Floriano/PI

Morhan participa de projeto piloto para vencer o estigma relacionado à hanseníase em Floriano/PI

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A 247 quilômetros de Teresina, no Piauí, está Floriano. O município está recebendo um projeto da NHR Brasil com foco na compreensão do estigma associado à hanseníase para elaboração de ações que ajudem a superá-lo. O Morhan Piauí participa da iniciativa. Representante do movimento, Francilene Mesquita integrou a equipe que passou duas semanas conversando com a comunidade local e utilizando uma escala que ajuda a determinar o grau do estigma vivenciado ou percebido. O trabalho é desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com colaboração da Universidade Federal do Ceará (UFC) e financiamento da NHR Brasil.

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Os dados coletados foram apresentados no I Seminário Estigma e Hanseníase, realizado nos dias 3 e 4 de dezembro, no mesmo município. Além da discussão sobre os resultados do diálogo com a comunidade, o evento buscou delinear ações que enfrentem o preconceito em 2019 no município, tornando-o um projeto piloto que pode ser replicado em outras regiões do país. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), as unidades de Floriano contam atualmente com 48 pessoas em tratamento pela hanseníase.

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O histórico do estigma na hanseníase foi apresentado na conferência de abertura por Héllen Xavier, mestranda em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Algumas atitudes vinculadas à doença foram descritas, como a sensação de medo e julgamentos morais reforçados pelo desconhecimento sobre a hanseníase. Uma realidade que não foi resolvida após a adoção do tratamento com a poliquimioterapia e a perspectiva de cura para os pacientes. Na apresentação, Héllen convidou à reflexão sobre a necessidade de intervenções a nível comunitário para combater o estigma.

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As aplicações sobre o estigma individual verificaram que, dentre 100 pessoas atingidas pela doença, 64 não contaram sobre o diagnóstico para pessoas fora do domicílio.

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Outro resultado compartilhado foi a análise de que o estigma esteve mais presente em profissionais da educação do que em profissionais de saúde entrevistados, dado obtido da aplicação de escala para medir as percepções negativas das comunidades em relação às pessoas acometidas. Dentro desta perspectiva, a programação incluiu o debate sobre a responsabilidade e o envolvimento das escolas no combate ao preconceito e nas estratégias de educação e saúde.

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Estratégias futuras

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Uma agenda de recomendações com as soluções propostas será finalizada e apresentada aos gestores municipais e estaduais no mês de janeiro. As ações sugeridas incluem a criação de grupos de autocuidado, cursos sobre os direitos das pessoas atingidas pela hanseníase, apresentações teatrais e rodas de conversas nas escolas, igrejas e associações comunitárias.

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Os grupos também sugeriram a criação de um centro cultural de saúde, permitindo trabalhar estratégias de saúde e educação para a comunidade de forma lúdica. Esta foi uma alternativa de utilização do espaço da antiga escola Ulisse Marques, cujo fechamento foi associado ao estigma.

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As ideias a serem concretizadas não podem esquecer do foco nas unidades de saúde, alertou a pesquisadora Maria Leide de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela enfatizou que é preciso fazer campanhas e atividades nestes espaços, onde as pessoas atingidas pela hanseníase devem ser atendidas e tratadas de forma digna, livres de qualquer atitude discriminatória ou constrangedora. Ainda segundo Maria Leide, o estigma pode atrapalhar a adesão ao tratamento, levando também ao sofrimento emocional e à depressão.

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Outra das recomendações pactuadas no seminário foi o fortalecimento do Programa Saúde nas Escolas. Professores e gestores da educação em Floriano contribuíram com o debate, formulando alternativas que tornem as ações atrativas para alunos, pais e educadores. Conforme a pedagoga Dalva Stella Ferreira, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), é necessário o compromisso com a ideia de transformar a escola em espaço de discussão e quebra de preconceitos. Ela apontou que a saúde é um dos temas transversais nos currículos escolares, sendo uma responsabilidade de todos os professores.

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Fonte: site da NHR Brasil, com informações do Morhan Piauí