Artur Custódio, Coordenador do MORHAN nacional, moderou uma mesa redonda durante o 11° Congresso Brasileiro de Hansenologia, realizado de 24 a 26 de novembro de 2008, em Porto Alegre. O tema proposto este ano foi “Sociedade e Hanseníase”. Rogério Sotilli (Secretário Executivo da Secretaria de Direitos Humanos), Maria Roseli Peri (Assoc. Nac. do Min. Público de Defesa da Saúde), Jorge Dias (FEBRAFARMA), Adriana Ballerini (UNIMED) e Aguinaldo Aparecido Campos (Projeto Franciscano pela Eliminação da Hanseníase) participaram do debate durante o evento. Primeiro a falar, Rogério Sotilli iniciou o discurso ressaltando que o Congresso é uma oportunidade para celebrarmos os avanços desta luta e discutir os desafios e garantias pessoas atingidas pela hanseníase, no contexto da construção histórica dos direitos humanos. Lembra que, em janeiro de 2006, o Presidente Lula recebeu em audiência o MORHAN, militantes das ex-colônias e militantes desta causa como o companheiro Ney Matogrosso e reafirmou seu compromisso com o Movimento visando o resgate da cidadania e o enfrentamento à discriminação e ao preconceito, que por muitas décadas forçou o isolamento das pessoas nas colônias apartando-as do convívio social. A partir disso, o Presidente Lula criou a Lei da pensão vitalícia de caráter indenizatório. Sotilli salienta que Ney Matogrosso é o embaixador brasileiro da causa, assim como renomados artistas como Geraldo Azevedo, Solange Couto, Lino Vilaventura, Siron Franco, Targino Gondim, Karla Karenina, Elke Maravilha, entre muitos outros, que prestigiam o Movimento em favor dos direitos dos ex-hansenianos. Fala ainda de Francisco Augusto Vieira Nunes, que recebeu o apelido de Chico Bacurau e deixou como legado uma lição de esperança e a criação do MORHAN em 1981. “Como líder comunitário e defensor dos direitos humanos, Bacurau participou de muitas outras lutas pela saúde pública. Em suas andanças, conheceu o sindicalista Lula. Foi com Bacurau que Lula emanou-se à causa das pessoas atingidas pela hanseníase. O Presidente Lula como homem do povo percebeu desde o primeiro momento, o primeiro contato que se tratava de uma luta para além da saúde, uma luta de reparação, uma luta de direitos humanos”, disse. Ele ainda afirma que a relação com a sociedade civil e com o MORHAN, em particular, como um movimento da sociedade civil que está “controlando, fiscalizando e cobrando”, tem sido da maior capacidade política e tem ajudado muito o governo a acelerar ao máximo a análise do processo da pensão especial. “Os dados, inicialmente previstos, apontavam que teríamos por volta de três mil requerimentos. Mas desde a edição da lei, passamos a receber o que hoje já contabiliza cerca de dez mil pedidos, o