O Ministério da Saúde, com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, realizou o Seminário Nacional de Urgência e Emergência: “O olhar da gestão do trabalho”, que contou com a participação de trabalhadores, gestores e usuários dos serviços próprios, prestadores do SUS, Representantes da Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS e Conselheiros Nacionais de Saúde.O evento, que foi realizado nos dias 17 e 18 de novembro de 2009 em Campo Grande -MS, também contou com o apoio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde – Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde e da Secretaria de Atenção a Saúde – Coordenação de Urgência e Emergência. O MORHAN participou através da Diretora do Colegiado e representante da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos – CIRH/CNS, Leda Vilarin.O Seminário teve por objetivo discutir e buscar alternativas para enfrentar os principais problemas de Gestão do Trabalho daqueles que atuam no atendimento de urgência e emergência, móvel ou fixo, e no que diz respeito ao processo de trabalho, ao vínculo à saúde do trabalhador, visando propor ações para solução destas questões. Durante os dois dias, foi realizado um diagnóstico onde foram apontados problemas como precarização do trabalho, remuneração baixa do trabalhador além do alto nível de estresse. “São comuns acidentes com pérfuro cortantes, riscos biológicos, baixa remuneração, horário de trabalho muito prolongado, assédio moral, não disponibilização de equipamentos de proteção individual- EPI -, falta de intervalo para descanso, alimentação inadequada e falta de espaço”, irforma Leda Vilarin.Muitos trabalhadores do SAMU trabalham em esquema de hora extra, o que dificulta o planejamento do trabalho. “Além disso, muitas vezes a equipe não dispõe de material minimamente necessário para salvar vidas. É preciso pensar em insumos, equipamentos, qualificação dos profissionais para atenção às urgências, retaguarda adequada, salário digno, menor carga horária (trabalhadores em urgência e emergência já não conseguem raciocinar normalmente após seis horas de trabalho)”, disse.Segundo Leda, o trabalhador necessita de educação continuada, limitação no número de atendimento. “Para que melhore a demanda dos serviços de urgência e emergência, tanto móvel quanto o fixo, é necessário também uma melhora na atenção básica. Assim , a atenção primária a saúde é ordenadora de rede e coordenadora do cuidado, proporcionando melhor resolutividade”.Sobre o seminário, a representante da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos – CIRH/CNS afirma ainda ter percebido que a grande maioria dos participantes, trabalhadores em urgência e emergência, móvel (SAMU) e fixa (hospitais) eram profissionais bem intencionados, com persistência e com vontade de melhorar o atendimento. Mas ter a vida das pessoas em suas mãos – e muitas vezes sem o necessário para salvá-las – é um fator angustiante. “Espero que as soluções sejam tomadas a pequeno prazo, antes que esses trabalhadores sejam esmagados pelo sistema de trabalho a que são submetidos. Tenho o direito de dizer isso, pois também sou vítima deste sistema rude de trabalho”. Foto: Patrícia Brockestayer, José Tarcísio Dias, Leda Vilarin – representantes da CIRH/CNSAs palestras desse seminário estarão disponíveis no site www.saude.gov.br/sgtes