MANILA – Hansenianos e autoridades sanitárias internacionais lançaram um segundo apelo global, nesta segunda-feira, 29, para pôr fim à discriminação dos portadores da hanseníase, doença também conhecida como lepra. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que cerca de 100 milhões de hansenianos no mundo, além de seus parentes, ainda sofrem com o estigma social. “Queremos que o mundo todo saiba que a hanseníase é uma doença curável, que o remédio é grátis em todo o mundo. Portanto, não deveria haver discriminação”, afirmou o embaixador de boa-vontade da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a erradicação da hanseníase, Yohei Sasakawa. Sasakawa disse ter pedido á Comissão de Direitos Humanos da ONU uma resolução determinando que todos os governos nacionais criem normas para eliminar a discriminação. A hanseníase deixou de ser um problema de saúde pública em escala mundial depois que a cura foi disponibilizada, nos anos 80. Desde 1985, terapias com drogas já trataram mais de 15 milhões de pacientes, e evitaram deficiências em 4 milhões, diz a OMS. A despeito disso, o estigma social persiste, por conta das deformidades físicas que afligem alguns dos atingidos pela doença. Na Ásia, apenas as Filipinas e a China registram mais de 1.000 novos casos anuais da doença a cada ano. Especialistas já encontraram uma correlação entre pobreza e a incidência da hanseníase, disse Vijaykumar Pannikar, líder do Programa Global de Hanseníase da OMS. Em alguns países, como a Índia, a discriminação está fixada em lei: por exemplo, uma mulher com hanseníase pode ser legalmente abandonada pelo marido. Fonte: Estadão