Pessoas atingidas pela hanseníase foram ao Congresso na última quarta-feira (18) para pressionar pela aprovação do projeto de lei (PLS 206/06) de autoria do senador Tião Viana (PT-AC) que prevê o pagamento de pensão vitalícia, no valor de dois salários mínimos, aos hansenianos que foram obrigados a se isolar em hospitais-colônia, conhecidos antigamente como “leprosários”.Também participaram do encontro os deputados Pepê Vargas (PT-RS) e Cida Diogo (PT-RJ), além do cantor Ney Matogrosso. O ato foi organizado pela diretoria nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas atingidas Pela Hanseníase (Morhan), e teve a participação de representantes de 17 estados.O senador Tião Viana se encontrou com o grupo e afirmou que o “projeto não é favor nenhum; é uma obrigação do Estado reparar um erro do passado”.Já aprovado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o projeto agora aguarda aprovação na Câmara dos Deputados, onde a matéria recebeu a numeração PL 525/07.Números citados no projeto do senador Tião Viana indicam que ainda existem no Brasil cerca de 3 mil pessoas vítimas de isolamento forçado para o tratamento de hanseníase. Segundo Selmo Lopes, integrante da comitiva e filho de portadores da doença, essa pensão “não pode reparar o que já foi feito, mas simplesmente dar uma vida melhor para essas pessoas daqui pra frente”.Antes chamada de “lepra”, termo que caiu em desuso por abranger uma série de doenças distintas, a hanseníase é causada pelo contato com o bacilo de Hansen. Ela ataca o sistema nervoso periférico, pele, e alguns órgãos como o fígado. A doença é contraída pelas vias respiratórias, quando uma pessoa contaminada libera o bacilo no ar. Porém as chances de se contrair hanseníase em um simples contato social são muito remotas, sendo necessário um contato íntimo e freqüente para haver risco de contágio. O tratamento é gratuito e bastante eficaz se a doença for diagnosticada em seu estágio inicial.Da Redação / Agência Senado